Foto tomada de Prensa Latina
Por Maria Josefina Arce
Mais uma vez o mundo disse NÃO ao bloqueio que os Estados Unidos mantêm há mais de seis décadas contra Cuba. Em um dia histórico, a Assembleia Geral da ONU se pronunciou pela trigésima primeira vez contra essa medida genocida que impede o desenvolvimento socioeconômico do país e viola os direitos humanos de todo um povo.
Cento e oitenta e sete nações votaram a favor do projeto de resolução apresentado por Cuba sobre a necessidade de pôr fim a essa política hostil que, de março de 2022 a fevereiro deste ano, causou danos de mais de 4 bilhões e 867 milhões de dólares.
A nova vitória cubana demonstrou mais uma vez o isolamento dos Estados Unidos, que, como é tradicional, só foi apoiado pelo seu aliado incondicional Israel, enquanto a Ucrânia se absteve.
A ONU foi palco, como todos os anos desde 1992, de grande solidariedade com a Ilha, que, como enfatizaram os diversos oradores, tem o direito de escolher seu próprio caminho, sem pressões externas, e é um exemplo de humanismo para o mundo.
Ao fazer uso da palavra, o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que, embora a atenção aos seres humanos seja e será uma prioridade em Cuba, é inegável o impacto dessa medida cruel sobre a qualidade de vida e os serviços prestados à população.
Em seus discursos, representantes de nações de todo o mundo e de organizações regionais expressaram seu repúdio ao bloqueio, endurecido durante a pandemia da COVID 19 com mais de 240 medidas adotadas pelo governo do então presidente Donald Trump.
Sanções que ainda estão em vigor sob a presidência do democrata Joe Biden, além da inclusão de Cuba na lista arbitrária de países supostamente patrocinadores do terrorismo, o que dificulta ainda mais o progresso socioeconômico da Ilha.
Os oradores repudiaram o caráter extraterritorial do bloqueio norte-americano, que afeta as relações comerciais de Cuba com outros países e desestimula o investimento estrangeiro em território cubano.
O bloqueio dos EUA foi descrito como inaceitável, anacrônico, injusto, ilegal e contrário ao direito internacional durante o debate de dois dias sobre o projeto de resolução cubano.
Já em setembro passado, no segmento de mais alto nível da 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, se repetiu insistentemente o pedido de cessação da política hostil dos EUA contra Cuba, uma demanda apoiada por grande parte da sociedade norte-americana.
Desde o primeiro discurso, que tradicionalmente corresponde ao Brasil, veio a condenação do cerco econômico, que dificulta o acesso a alimentos, medicamentos e outros suprimentos básicos, causando sofrimento ao povo cubano.
Anteriormente, em vários eventos, como a Cúpula entre a CELAC, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, e a União Europeia, realizada em Bruxelas em julho passado, a rejeição à medida unilateral e genocida foi evidente.
Ao longo do ano, o mundo também foi palco de inúmeras ações em apoio à nação caribenha em sua luta contra o bloqueio dos EUA e seu direito de construir seu próprio projeto de vida.
A comunidade internacional tem sido enérgica em sua condenação e em seu apelo ao cumprimento das muitas resoluções aprovadas pela ONU, que os Estados Unidos, com sua arrogância habitual, ignoraram e mantiveram uma medida de guerra em tempos de paz, violando os princípios do direito internacional e a Carta da ONU.