Javier Milei é eleito novo presidente da Argentina

Editado por Irene Fait
2023-11-20 17:03:31

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Javier Milei

Por Maria Josefina Arce

Um período de incerteza está começando na Argentina. O ultradireitista Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, será o novo presidente do país pelos próximos quatro anos, ao ser eleito no domingo, no segundo turno das eleições gerais.

Milei obteve perto de 56% dos votos e venceu seu oponente, o governista Sergio Massa, do partido União pela Pátria, que obteve 44%.

Mais uma vez, não se cumpriram os prognósticos das pesquisas, que previram um empate técnico entre os dois candidatos à presidência no segundo turno.

Javier Milei já tinha causado surpresa em agosto passado ao vencer nas chamadas PASO (eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias) com mais de 30% dos votos.

De acordo com as autoridades eleitorais, 76% dos cidadãos exerceram seu direito de voto no segundo turno das eleições, descrito como o mais acirrado e incerto dos últimos 40 anos.

A reta final da campanha que antecedeu o segundo turno foi marcada por acusações cruzadas e avisos de Milei e outros membros de seu partido sobre possíveis irregularidades na contagem de votos.

Esses comentários foram desmentidos pela Câmara Nacional Eleitoral, que os descreveu como infundados porque, segundo ela, o sistema é robusto e tem várias garantias de confiabilidade.

Com os olhos postos nas eleições, Milei moderou seu discurso, porém sua posição a favor de cortes acentuados nos impostos e nos gastos sociais e a dolarização da economia fizeram com que mais de cem economistas no mundo advertissem sobre o perigo que ele representava.

Sem dúvida, o voto dos eleitores foi influenciado pela atual situação econômica da Argentina, com alta inflação e aumento da pobreza, um cenário que começou a tomar forma sob o mandato do ex-presidente Mauricio Macri e o empréstimo de 50 bilhões de dólares do FMI, o Fundo Monetário Internacional.

Milei também desenvolveu uma ampla campanha nas redes sociais voltada para os jovens, muitos dos quais optaram pelo candidato ultradireitsta, desiludidos com a atual situação do país.

Mas é preocupante o avanço da extrema-direita na Argentina na figura de Milei, um defensor do modelo neoliberal que pediu a eliminação de vários ministérios, como o da Saúde e da Educação, e foi questionado por negar os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar de 1976-1983.

Pairam muitas dúvidas sobre o futuro do país. O único certo é que, a partir de 10 de dezembro, a Argentina será presidida por Javier Milei, comparado com os ex-presidentes dos EUA Donald Trump e do Brasil Jair Bolsonaro. Aliás, ambos parabenizaram o presidente eleito imediatamente.



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