Os ataques contra o presidente eleito da Guatemala persistem

Editado por Irene Fait
2023-12-12 17:57:21

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Povo da Guatemala contra manobras direitistas

Por Maria Josefina Arce

A situação na Guatemala não consegue se estabilizar devido a novas manobras do Ministério Público. Faltando perto de um mês para a posse de Bernardo Arévalo como novo presidente, continuam os ataques que pretendem deslegitimar sua vitória incontestável nas eleições gerais deste ano.

Agora, a Procuradoria Geral questiona a validade das eleições, nas quais o candidato do Movimento Semente venceu o segundo turno em agosto com perto de 58% dos votos.

Pede a anulação das eleições gerais, devido a supostas irregularidades no processamento dos resultados.

A nova manobra contra Arévalo suscitou imediatamente uma rejeição generalizada.

Blanca Alfaro, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, afirmou que os resultados são oficiais e inalteráveis. Ela ressaltou que, se as autoridades eleitas não tomarem posse conforme estipulado, haverá uma violação constitucional.

Até mesmo o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, declarou que o Ministério Público da Guatemala está tentando persistente e sistematicamente minar os resultados das eleições gerais, ignorando a vontade dos eleitores.

Arévalo, por sua vez, descreveu as novas acusações como absurdas e ridículas, ao mesmo tempo em que enfatizou que assumirá o cargo em 14 de janeiro.

Horas antes das declarações polêmicas do Ministério Público, milhares de pessoas saíram às ruas e marcharam na Cidade da Guatemala contra a corrupção e exigiram a renúncia da Procuradora-Geral Consuelo Porras, que está liderando uma ofensiva contra o presidente eleito e seu Movimento Semente.

Desde que conseguiu passar ao segundo turno das eleições, Arévalo e seu partido têm sido assediados por um Ministério Público e um sistema judicial acusados de corrupção generalizada.

Apesar de a lei não permitir que se intrometa nos resultados das eleições, o Ministério Público tomou todos os tipos de medidas para impedir a posse de Arevalo. Fez dois pedidos para retirar a imunidade do presidente eleito a fim de investigá-lo por suposta lavagem de dinheiro e falsificação do estatuto de seu partido.

Além disso, conseguiu que o Movimento Semente fosse inabilitado por supostas irregularidades no registro de filiados em 2017.

Da mesma forma, revistou os escritórios de Arévalo e do Supremo Tribunal Eleitoral em uma tentativa de prejudicar o processo eleitoral. Chegou a solicitar inclusive o levantamento da imunidade de deputados próximos ao presidente eleito.

A Guatemala está passando por momentos de tensão. Com a aproximação do dia 14 de janeiro, cresce a incerteza e o medo de que Arévalo seja impedido de assumir o cargo, por quanto sua vitória eleitoral inquestionável despertou o temor da elite política do país centro-americano.



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