Milei em viagem internacional e Argentina passando por dias difíceis

Editado por Irene Fait
2024-02-07 18:06:02

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Javier Milei

Por Maria Josefina Arce

O presidente Javier Milei realiza viagem a Israel, à Itália e ao Vaticano, enquanto na Argentina implementam suas reformas impopulares, que envolvem o enfraquecimento do Estado, e cresce o descontentamento popular.

Durante sua campanha eleitoral, Milei prometeu que privatizaria as empresas estatais. Dito e feito. Acabam de anunciar a intervenção por um ano, com opção de prorrogação, nos meios de comunicação como a agência de notícias TELAM e a Rádio e Televisão Argentina.

De acordo com relatos, os interventores nomeados pelas autoridades estão associados a grandes grupos empresariais e ao movimento político do ex-presidente Mauricio Macri, cuja gestão de 2015 a 2019 e subordinação ao FMI (Fundo Monetário Internacional) significou um agravamento da situação econômica do país.

A Federação Argentina de Trabalhadores da Imprensa condenou imediatamente a medida, que, segundo advertiu, busca a privatização desses meios de comunicação, que têm sua própria estrutura de gestão, estabelecida pelas leis que os criaram.

Nesse contexto, a Câmara dos Deputados terá de voltar a debater a polêmica Lei Omnibus, que já havia sido aprovada na sexta-feira passada em geral, mas que a partir de terça-feira deveria ser analisada capítulo por capítulo.

Como o partido governista La Libertad Avanza não conta com consenso necessário para sancionar artigos como, por exemplo, a privatização de empresas estatais, e o aumento das penalidades para protestos sociais, pois deu um jeito para enviar a mencionada lei de volta à comissão, portanto, terá de ser analisada novamente.

A Lei Omnibus, juntamente com o chamado Decreto de Necessidade e Urgência, provocou inúmeros protestos no país e a primeira greve geral do presidente Milei em janeiro.

O primeiro debate da lei na Câmara dos Deputados foi marcado pelos protestos de milhares de argentinos, que se reuniram em frente ao Congresso, para repudiar as políticas de austeridade do presidente ultraliberal. Os manifestantes foram agredidos com balas de borracha, cassetetes e gás lacrimogêneo.

O descontentamento dos argentinos continua crescendo, e os segmentos populacionais mais vulneráveis estão vendo suas necessidades aumentarem e não contam com o apoio do governo.

De acordo com relatos, as autoridades pararam de enviar fundos e alimentos para as cozinhas comunitárias, onde cada vez mais pessoas comparecem todos os dias, devido à situação econômica crítica.

A ação, que foi denunciada penalmente, também levou as pessoas a protestarem em frente ao Ministério do Capital Humano, que congrega os extintos Ministérios da Saúde, da Educação, do Trabalho e do Desenvolvimento Social.

A Argentina está passando por dias difíceis. O governo do presidente Milei avança com seu plano de ajuste, elogiado pelo FMI, que é muito bem conhecido no país sul-americano por suas receitas neoliberais que levam à privatização e à pobreza.



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