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Por María Josefina Arce
A partir de hoje, e até o dia 22, se realiza a 68ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher, na sede da ONU, em Nova York. Sem dúvida, é uma nova oportunidade para avançar na eliminação da diferença de gênero, que continua sendo uma dívida global.
Governos, entidades das Nações Unidas e organizações da sociedade civil debatem esse desafio e buscam articular ações e investimentos que favoreçam esse segmento populacional e seu empoderamento.
Desde a sua criação em 1946, a Comissão tem defendido a igualdade de gênero e sido um espaço para a troca de experiências e práticas, e para que as vozes das mulheres sejam ouvidas.
Além disso, promoveu as Conferências Mundiais de Mulheres, a primeira das quais aconteceu na Cidade do México em 1975. Vinte anos depois, em Beijing, capital da China, foi adotada a importante Plataforma de Ação, que marcou um ponto de inflexão e estabeleceu metas estratégicas para o avanço das mulheres.
Mas, embora tenha havido progresso em algumas áreas, as estatísticas atuais sobre pobreza, analfabetismo, discriminação e violência de gênero mostram que ainda há um longo caminho a percorrer.
Atualmente, de acordo com a ONU, uma em cada 10 mulheres vive em extrema pobreza e se estima que a mudança climática faça com que mais 236 milhões de mulheres e meninas passem fome até 2030.
Além disso, mais de 614 milhões de mulheres e meninas vivem em áreas afetadas por conflitos, portanto, são 7,7 vezes mais propensas a viver na pobreza extrema e a passar fome.
A pandemia da COVID 19 significou um retrocesso de quase duas décadas em muitos direitos sociais, especialmente na área de igualdade de gênero.
As mulheres suportaram uma carga de trabalho mais pesada, pois tiveram de cuidar de suas famílias. Outra consequência da emergência de saúde global foi o aumento da violência de gênero, porquanto mulheres e meninas ficaram presas em suas casas, em muitos casos, com seu perseguidor por medidas de isolamento.
A verdade é que, levando em conta a situação atual, estão ameaçados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, em particular, o número cinco, que se refere a proporcionar às mulheres e às meninas o acesso igualitário à saúde e à educação, a oportunidades de trabalho decente e à tomada de decisões políticas e econômicas.
Daí a importância desta reunião em Nova York, que, esperemos, possibilite a adoção de ações que contribuam para o empoderamento das mulheres, uma força essencial para sociedades mais justas e estáveis.