Vacinação contra a póluio em Cuba
Por María Josefina Arce
Cuba foi o primeiro país das Américas a eliminar a poliomielite em 1962, uma conquista da revolução cubana graças à vontade política das autoridades, que se empenharam em proteger suas crianças dessa doença contagiosa, incapacitante e potencialmente fatal.
A partir daquele ano, e todos os anos, se realiza a campanha de vacinação contra a poliomielite em todo o país. É um esforço coletivo, que envolve toda a sociedade, desde os profissionais de saúde até os familiares e organizações como a Federação de Mulheres Cubanas e os Comitês de Defesa da Revolução (CDR).
Naquela primeira campanha, o apoio dos CDR, criados dois anos antes, foi essencial. Mais de 100.000 de seus membros foram mobilizados para fazer o censo da população a ser vacinada, que, naquela época, consistia em crianças de um mês a 14 anos de idade.
Todas as crianças nessa faixa etária foram imunizadas. Equipes de vacinação, formadas por profissionais de saúde e voluntários de várias esferas, chegaram aos cantos mais remotos do país.
Mais de seis décadas se passaram desde aquele momento histórico, que marcaria o caminho a seguir na prevenção de várias doenças, como a poliomielite, que antes de janeiro de 1959 era uma doença endêmica que deixava cerca de 300 crianças com paralisia no país a cada ano.
Nem mesmo nas condições econômicas mais adversas, devido ao bloqueio dos EUA, as crianças cubanas deixaram de receber a vacina. Sem dúvida, o apoio da OPAS ( Organização Pan-Americana da Saúde) ao longo dos anos tem sido inestimável nesse esforço.
A COVID 19 também não foi um impedimento. Respeitando as mais rigorosas medidas de segurança para cuidar das crianças e de suas famílias, o país executou sua campanha de imunização habitual.
Esta semana marca a 63ª campanha contra a pólio, que abrange bebês de um mês a três anos de idade.
Em junho próximo, acontecerá a segunda fase, com a segunda dose aos que receberam a primeira, e uma dose reativa para crianças de 9 anos de idade.
Hoje em dia, todos os cubanos com menos de 70 anos de idade estão protegidos contra a doença. Dezenas de milhões de doses foram administradas em mais de seis décadas, uma prova do compromisso do governo em que o país se mantenha livre da pólio.