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Por Guillermo Alvarado
Políticos e analistas estão preocupados com o fortalecimento do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha, um grupo que até alguns anos atrás era marginal e agora tem uma participação de 15% dos votos.
Embora a organização, mais conhecida como AfD, por suas siglas em alemão, tivesse 23 pontos de apoio no final do ano passado e tenha diminuído neste ano, ainda está em segundo lugar nas pesquisas antes das eleições para o Parlamento Europeu, que acontecerão de 6 a 9 de junho.
Lá, estaria abaixo da União Democrata Cristã (CDU), mas acima do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) e talvez empatado com os Verdes.
Isto significaria que a extrema direita alcançaria uma grande parcela de poder no Parlamento Europeu, não fosse o fato de que as posições da AfD são tão extremas que seus outros parceiros regulares, como o Grupo Nacional de Marine Le Pan, disseram que não fariam grupo com eles.
O principal problema é que a Alternativa para a Alemanha tem revivido abertamente a ideologia nazista em contravenção às leis de seu país.
Por exemplo, um de seus líderes foi multado por expressar slogans nacional-socialistas em eventos públicos. A justiça não o prendeu nem o impediu de se candidatar, mas reavivou o debate alguns meses antes das eleições regionais em setembro.
Nos últimos dias, a própria AfD proibiu seu principal candidato às eleições europeias, Maximilian Krah, de participar de comícios de campanha por defender a SS nazista durante uma entrevista a um jornal italiano. A medida não inclui sua candidatura às eleições, é claro.
Em vista dessas circunstâncias, há inteções de iniciar o mais rápido possível uma moção no Parlamento Federal para banir esse partido político, que é apoiado, entre outros, por Marco Wanderwitz, deputado da CDU, e Sofia Leonidakis, líder da facção do Partido de Esquerda, Die Linke.
Leonidakis denunciou que AfD "leva muito tempo envenenando o discurso político" e incitando ao ódio contra muçulmanos, refugiados e feministas.
O problema, segundo outros, é que com a aproximação das eleições europeias e regionais na Alemanha, um processo de proibição com um resultado positivo duvidoso faria mais bem do que mal à extrema direita neonazista e fortaleceria o voto ao seu favor, dando-lhe mais espaço de manobra.
Uma questão que, como em outros países europeus, parece ter vindo para ficar e mostra o fracasso dos políticos tradicionais.