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Por María Josefina Arce
Os primeiros seis meses da presidência de Javier Milei na Argentina foram agitados e altamente controversos. Em tão pouco tempo, seu governo já registra uma taxa de desaprovação de 50% entre os cidadãos, que viram piorar suas condições de vida.
O programa econômico implementado pelo seu governo levou ao aumento da pobreza, à queda do poder de compra dos salários e das aposentadorias, à destruição do emprego e à total falta de proteção aos segmentos da população mais vulneráveis.
Quase imediatamente após assumir o cargo em 10 de dezembro, Milei reduziu os subsídios ao transporte público e ao setor de energia, o que resultou na subida das tarifas de transporte, gás e eletricidade.
A realidade atual é que, no primeiro trimestre deste ano, a pobreza subiu para mais de 55% e a indigência aumentou de 9,6% para 17% no mesmo período, de acordo com o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica da Argentina.
A instituição destaca que a insegurança alimentar afeta quase 21% das famílias, e 32,2% das crianças e adolescentes.
O desempregou também aumentou devido à demissão de milhares de argentinos. Uma situação que continuará, já que nos últimos dias as autoridades garantiram que outros 50.000 servidores públicos perderão seus empregados.
Em 180 dias de mandato, Milei enfrentou vários conflitos, sendo o mais recente a retenção injustificável, pelas autoridades, de toneladas de alimentos destinados aos refeitórios populares, uma opção para os mais vulneráveis.
Mas essa não é a única frente de confronto. A educação, a cultura e a atenção à mulher também foram alvos das duras medidas do presidente argentino. Recentemente foi anunciada a dissolução definitiva do antigo Ministério de Assuntos da Mulher, que já havia passado para a jurisdição do Ministério da Justiça como uma subsecretaria encarregada da proteção contra a violência de gênero.
A tensão social é cada vez maior. Pouco mais de um mês depois de assumir o cargo, Milei enfrentou a primeira greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho e apoiada por partidos políticos, sindicatos, organizações de direitos humanos e pelas mundialmente conhecidas Avós e Mães da Praça de Maio.
Os protestos não cessaram nestes seis meses de mandato de Milei, cujo governo já exibe um acentuado descontentamento popular e confrontos em nível internacional.