Bolívia, um basta aos golpes de Estado

Editado por Irene Fait
2024-06-27 16:39:38

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Por Roberto Morejón

Com valentia e as forças sociais anunciando de que se oporiam a uma revolta, o governo boliviano, sob a liderança do presidente Luis Arce, conseguiu reprimir a tentativa de golpe do agora ex-chefe do exército, Juan José Zúñiga.

A Bolívia conseguiu impedir o retorno dos golpes de quartel, dos quais o país tem sido vítima ao longo de sua história, e cujo último capítulo se concretizou em 2019, quando a direita conspirou com setores militares e, juntos, colocaram na presidência a oportunista Jeanine Áñez, hoje presa.

Naquela época, tinham como alvo o então presidente Evo Morales, com a conivência da OEA e de empresários de ultradireita como Luis Fernando Camacho, agora atrás das grades, porque ele também promoveu posteriormente o separatismo, greves e bloqueios de estradas. 

Não à toa, o comandante do exército Juan José Zúñiga, quem teria ajudado no golpe contra Evo, pronunciou um discurso incendiário na quarta-feira, durante as poucas horas em que acreditava estar no controle da situação, e depois arrombou  os portões do Palácio Quemado.

Significativamente, pediu a libertação daqueles que chamou de "prisioneiros políticos", Áñez e Camacho, o que revelou os seus verdadeiros objetivos: levar o país aos dias mais sombrios de repressão e ao colapso da economia.

A data do golpe militar não foi casualidade. Ocorreu exatamente um dia após a destituição de Zúñiga que foi acelerada depois  dele ter garantido que as forças armadas não permitiriam que o ex-presidente Evo Morales concorresse às eleições de 2025.

Parece que o conspirador não contou com a reação rápida de boa parte dos governos da América Latina e de outras regiões do mundo.

Esses pronunciamentos e a decisão oportuna de Arce de nomear novos chefes das diferentes forças armadas contribuíram para o fracasso dos planos obscuros do insubordinado.

Suas declarações desesperadas ao ser preso, ao falar do que chamou de autogolpe de Arce, revelam tentou se aproveitar do desconcerto para lançar dúvidas sobre o governo constitucional, eleito pela maioria dos bolivianos. 

As autoridades bolivianas, é claro, tentarão investigar os bastidores da perigosa aventura, que, de forma incomum, Estados Unidos não condenou inicialmente, apenas pediu calma.

E fez isso ciente da importância de ter exortado a preservar a estabilidade institucional na Bolívia.



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