Reino Unido, mudança sem mudanças?

Editado por Irene Fait
2024-07-08 18:31:58

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Por Guillermo Alvarado

Após a vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições parlamentares do Reino Unido, a maior da história moderna do país, o primeiro-ministro Keir Starmer se tornou o líder mais poderoso desde a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto segurar firme as rédeas de sua organização política, poderá fazer as mudanças que achar necessárias na administração do país, que se deteriorou após 14 anos de governo conservador, sem falar na crise de saúde causada pela pandemia de Covid-19 e no desastroso Brexit, a saída da União Europeia.

A promessa de reconstruir o Reino Unido foi um dos fatores que influenciaram a votação maciça a favor de seu partido, mas agora ele deve demonstrar na prática o quanto, na realidade, está disposto a mudar.

Um primeiro sinal foi a eliminação do programa de enviar para Ruanda os migrantes que buscam asilo, enquanto seus casos estão sendo resolvidos. É uma medida positiva que pouco significa porque o projeto estava morto desde o início e nunca funcionou, apesar dos milhões de libras investidos no mesmo. Foi um pouco como declarar extinto o que nunca existiu.

Para manter o apoio popular, Starmer deve iniciar urgentemente mudanças no deteriorado sistema de saúde, especialmente no tempo de espera para que os pacientes recebam atendimento especializado.

Outras questões urgentes são o combate à pobreza e o alto custo de vida. Em 2023, havia 14 milhões de pessoas esperando por um emprego decente com salários dignos.

Essas são áreas em que talvez o novo primeiro-ministro possa fazer algo, incluindo uma improvável reforma tributária para redistribuir melhor a riqueza.

Fora da esfera doméstica, não há mudanças à vista na política externa, onde continuarão a lealdade aos EUA e à OTAN. O Reino Unido manterá seu apoio à Ucrânia de Zelensky e às sanções arbitrárias contra a Rússia, bem como a política ambígua em relação a Israel.

Muito menos haverá negociações com a Argentina para resolver a ocupação das Ilhas Malvinas. Pelo contrário, Londres não só vai manter, mas também aumentará sua presença militar naquela área, e continuará de olho nas riquezas naturais da Antártida, apesar dos tratados internacionais para proteger o Pólo Sul.

Além disso, mantém a aliança de segurança e defesa chamada Aukus, formada em parceria com a Austrália e os Estados Unidos, que visa exercer o controle marítimo e submarino nos oceanos do sul. Em outras palavras, o império britânico continuará sendo o mesmo que se conhece desde a época dos piratas e corsários.



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