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Caligula eTrump. Imagem:elmundo.es
Por Guillermo Alvarado
Caio Júlio César Augusto Germânico, conhecido como Calígula, governou Roma por quatro anos, de 37 a 41 d.C., e os historiadores incluindo Suetônio contam que se caracterizava por sua natureza errática, prepotente e caprichosa, em suma, um ser extravagante.
Calígula tinha um profundo desprezo pelos outros, independentemente de quem fossem, pois se considerava acima de todos e, para demonstrá-lo nomeou o seu cavalo favorito Incitatus como senador e sacerdote, pelo mero prazer de humilhar ambas as castas.
Há quem questione essa história, mas se a gente pensa que no século XXI, na era da inteligência artificial, há um presidente que afirma consultar o espírito de seu cão, então há motivos razoáveis para acreditar nela.
Recordei essa história ao dar uma olhada rápida em algumas das medidas tomadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, durante sua primeira semana na Casa Branca.
Disse, por exemplo, que para pacificar o Oriente Médio, todos os palestinos devem ser removidos de Gaza e distribuídos para a Jordânia e o Egito.
Estamos falando em dois milhões e meio de pessoas das quais Trump pretende roubar suas terras, sua história, sua cultura e enviá-las para viver como refugiados em outros lugares.
Com que direito? Com que legalidade? Pela vontade de uma parte dos cidadãos dos Estados Unidos, Donald Trump é o presidente desse país, mas ninguém o elegeu para governar o mundo.
Mas esse não é o único caso. No último domingo, ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos originários da Colômbia, e a medida seria dobrada em uma semana, tudo porque, usando sua soberania, o presidente Gustavo Petro não aceitou a entrada de aviões carregados de imigrantes sem documentos.
O espaço aéreo faz parte do território nacional de cada país, um princípio elementar do direito internacional, que o chefe da Casa Branca parece ignorar ou está tentando ludibriar.
Podemos mencionar entre muitas extravagâncias suas, por exemplo, exigir que o Canadá se integrasse aos EUA, ou mudar o nome do Golfo do México,
Vale recordar que Trump não está sozinho em seus delírios; o seu melhor amigo, Elon Musk, teve a ideia de sugerir que mudassem o nome do Canal da Mancha que se chamaria George Washington. Estamos aguardando impacientemente as respostas do Reino Unido e da França a essa sugestão absurda. Ah, a história.