O conflito desencadeado na região sudeste da Ucrânia, conhecida como Donbass, provocou a morte de mais de seis mil pessoas, uns 15 mil feridos e a devastação desse território.
A crise começou após a intervenção de potências ocidentais nos assuntos internos do país europeu, que precipitou o golpe de Estado a princípios de 2014 contra o presidente Víctor Yanukovich. A partir daí foi instalado o regime liderado por Piotor Poroshenko, fiel aos Estados Unidos e à União Europeia.
Últimos informes sobre a Ucrânia apresentados ante o Conselho dos Direitos Humanos, com sede em Genebra, permitem constatar que a maioria das vítimas deste conflito foram precisamente das regiões de Donetsk e Lugansk, que declararam sua independência depois do motim.
A violenta reação militar de Porochenko contra os rebeldes, com bombardeios, incursões terrestres e outras hostilidades, tornou impossível a vida de milhares de civis na região.
A última agressão consistiu em cortar o abastecimento de gás na temporada de inverno, o que foi qualificado pelo chanceler russo, Serguei Lavrov, como uma tentativa de genocídio.
Ocidente, encabeçado pelos Estados Unidos, ao invés de reconhecer os nefastos resultados da sua intervenção, insiste em responsabilizar à Rússia, que já tem sofrido numerosas sanções econômicas e políticas.
A situação melhorou ligeiramente após a firma em fevereiro dos Acordos de Minsk, onde se estabeleceu um cessar fogo e a retirada do armamento nessas zonas de combate.
Porém, Lavrov advertiu que ainda que se consolide uma frágil trégua, a intenção de alguns países de enviar armas e assessores militares levaria ao fracasso este processo.
Do que se trata é de escolher entre a paz e a guerra, entre o senso comum e a destruição numa crise que poderia desencadear um conflito mais amplo e com efeitos ainda não previstos para toda a humanidade.
(GA – 4 de março de 2015)