A habitual rotina da capital cubana foi interrompida nos últimos dias, pelas diversas propostas artísticas da Décima segunda Bienal de Havana. À cita assiste um importante número de artistas, curadores, representantes de galerias e jornalistas.
O Malecón, avenida beira-mar da cidade e lugar rotineiro de encontro de famílias, amigos e namorados, mudou sua fisionomia com obras que vão desde uma praia artificial até uma pista de gelo.
Segundo os organizadores, umas trezentas pessoas, principalmente crianças e jovens, frequentam diariamente esta singular proposta. Sem dúvida, a novidade desperta a curiosidade dos habitantes de um país, que durante a maior parte do ano tem altas temperaturas. Igualmente no lugar estão presentes artistas de renome nacional como o pintor Roberto Fabelo.
A participação do Prêmio Nacional de Artes Plásticas 2001, Manuel Mendive, distingue o evento. Sua obra “As cores da vida”, estampada em corpos humanos percorreu as ruas de Havana Velha até encerrar na Praça da Catedral, onde se reuniu um numeroso público.
Dos Estados Unidos chegou a exposição “Ruído Salvagem”, do Museu do Bronx de Nova Iorque, que obteve imediatamente a atenção da população. A mostra, considerada um dos acontecimentos culturais da Bienal, reúne 96 peças de 54 artistas norte-americanos. A seleção evidencia o caráter renovador e a capacidade de misturar a produção artística com as pessoas.
Esta festa das artes se converteu na voz do Terceiro Mundo. Fez com que artistas latino-americanos, caribenhos, árabes, africanos e asiáticos se tornassem visíveis pela primeira vez no mundo.
Ao respeito, a diretora geral de cooperação educativa e cultural da chancelaria do México, Lizeth Galván, sublinhou que na Bienal de Havana, artistas excluídos de outros eventos elitistas têm um lugar onde apresentar suas obras. Igualmente dá a possibilidade de trocar experiencias e de se enriquecer do espírito artístico mutuamente. Cuba abre espaços e não fecha portas aos visitantes.
A diplomata afirmou que essa festa da visualidade não se compara com outras em nível internacional, porque é única, inclusiva e uma ponte ao diálogo intercultural.
(M.J. Arce – 28 de maio de 2015)