Durante a recém-concluída sessão do Parlamento cubano o ministro de Finanças e Preços Lina Pedraza, informou aos legisladores sobre os resultados da execução do orçamento do Estado para 2014. No informe destaca o dado positivo da redução da diferença entre as rendas e as despesas totais.
Segundo o ministro, este indicador foi ao final do ano passado equivalente ao 2,3% do produto interno bruto, a preços correntes, que não é de nenhuma maneria insignificante.
Os economistas consideram o controle do déficit público como um dos elementos indispensáveis para o desenvolvimento e o crescimento dos países. A União Europeia, por exemplo, impôs sérias restrições sobre seus parceiros para forçá-los a mantê-lo sob três por cento do PIB. Alguns países, como a França, não conseguiram fazê-lo apesar de aplicar nos últimos anos extremos programas de ajustamento com um impacto negativo na sociedade.
No ano passado, Cuba o conseguiu sem sacrificar a população e, ao mesmo tempo manteve uma taxa de crescimento discreto, que no primeiro semestre de 2015 subiu para 4,7%. Talvez, pode parecer simples informação estatística, mas é uma questão de importância singular. O orçamento de um Estado é mais do que a soma das rendas e despesas. É a imagem mais precisa do sistema político e social vigente no país.
A maneira como se gerencia, é gasto e se investe a riqueza nacional mostra o caráter, o pensamento e a filosofia de uma nação.
Cuba é um país pequeno e bloqueado, mas segundo o Banco Mundial é o que mais fundos dedica à educação em todos os níveis, com 12,9% do PIB. Em comparação, os Estados Unidos usam 5,4% - duas vezes menor; enquanto a França gasta 5,9% do seu orçamento neste serviço.
Os dados do Banco Mundial são verificados pela UNESCO, que destaca a qualidade da educação neste país caribenho.
Uma situação similar acontece no sistema de saúde, onde Cuba é um exemplo a seguir. Não só pela sua abordagem para a prevenção, mas pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento, o que visa melhorar o bem-estar da população.
A lista seria longa, mas se você, amigo ouvinte, quiser conhecer a natureza de seu governo, dê uma olhada em seu orçamento e descubra como, e em benefício de quem são gastos os recursos gerados pelo trabalho do povo. Para bom entendedor poucas palavras.
(G.A – 17 de julho)