Os políticos e os especialistas estão cada vez mais conscientes de que a Cúpula Internacional sobre Clima, que se realizará em Paris, em dezembro deste ano, é uma oportunidade crucial. Possivelmente, é a última para parar o caos a que nos levam fenômenos como o aquecimento global e a emissão irresponsável de gases nocivos para a atmosfera.
Esta semana a capital francesa organizou duas reuniões. Uma foi convocada pelo ministro de Relações Exteriores, Laurent Fabius. O chanceler se reuniu com 40 colegas para tentar promover um acordo global e de cumprimento obrigatório para todas as nações em defesa do meio ambiente.
Ao mesmo tempo, figuras religiosas, científicas, políticas, indígenas e líderes sociais realizaram uma "cúpula de consciência" para alcançar um acordo que possa salvar nossa espécie do desastre que está causando a própria humanidade.
A mensagem desse encontro foi claro: temos de chegar a um acordo em Paris porque não é apenas uma questão só de chefes de Estado e de governo, mas de todos os habitantes do planeta.
O tempo está se esgotando e os países industrializados, principais responsáveis do problema, ainda não dão um sinal claro de que eles estão prontos para assumir as suas responsabilidades.
Como disse recentemente o Prêmio Nobel da Paz 1996 e ex o presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, é verdade que pode ser difícil abrir mão do conforto obtido por um modelo de desenvolvimento consumista, mas quando a alternativa é um desastre global, não há outra saída.
Por outro lado, o representante da presidência francesa Nicolas Hulot, salientou que a crise climática, que já existe, é uma grande injustiça. Há populações que são vítimas de catástrofes naturais, como fortes tempestades ou secas severas, e muitos são forçados a deixar suas terras.
De 30 de novembro até 15 de dezembro próximos em Paris, representantes dos 195 países membros das Nações Unidas tentarão chegar a um acordo. O objetivo: limitar o aumento da temperatura mundial a dois graus respeito à era pré-industrial.
Se fracassarem, como tem acontecido em várias reuniões durante os últimos 20 anos, a pergunta vai ser: que fazer então?
(GA – 22 de julho)