A Organização Mundial da Saúde – OMS – declarou alerta sanitária mundial pela propagação explosiva do zika, que, segundo afirmam, tem a ver com casos de bebês nascidos com microcefalia e outros males neurológicos em pacientes adultos.
Até o momento, a América Latina, e principalmente o Brasil, é a região mais castigada por esta doença, mas também existe grande preocupação na Ásia, especialmente na Índia, onde em áreas densamente povoadas e com elevados índices de pobreza é muito comum a presença do mosquito aedes aegitpi, transmissor do zika vírus e da dengue.
Nos últimos dias se registraram casos importados em alguns países europeus: Espanha, Alemanha e Irlanda e o escritório da OMS para esse continente avisou que se devem tomar medidas, porque com a chegada da primavera vai proliferar o mosquito aedes aegiti, portanto, podem ocorrer contágios locais.
O mosquito continua sendo considerado o principal responsável pela transmissão, mas a recente notícia de que, nos Estados Unidos, houve um caso de transmissão do vírus pela via sexual, inquieta a comunidade científica.
Tarik Hasarevic, porta-voz da OMS, comentou que esta informação confirma a necessidade de estudar se existem diversas formas de contágio, por exemplo, através de transfusões de sangue e a via mãe-filho.
No Canadá, as pessoas que tenham viajado a países onde se espalha o zika vírus não podem doar sangue até 21 dias depois de sua volta por ordem expressa das autoridades sanitárias.
O investigador de doenças infecciosas da universidade de Columbia, nos Estados Unidos, recomendou que qualquer sangue utilizado em mulheres grávidas deveria ser examinado em busca da presença do vírus.
A doença provocada pelo zika não é nova. De fato, o micro-organismo foi descoberto nos anos 1940 nas florestas da Uganda, e os primeiros casos em humanos foram descobertos na Tanzânia, em 1952.
Também se conhece uma cepa asiática e, neste século, houve surtos em Nova Caledônia, Polinésia francesa e Micronésia, no Pacífico.
Porém, até hoje, jamais se havia relacionado o zika vírus com malformações genéticas, como sucedeu no Brasil, onde a microcefalia disparou nas regiões onde há presença do zika.
Até agora, há 4.783 casos suspeitos e dos 1.113 que foram examinados confirmaram-se 404, dos quais 17 relacionados com o vírus.
Uma das dificuldades para controlar a epidemia é que não tem vacina, nem tratamento específico e só se pode recomendar medicamentos para os sintomas, como febre moderada, dores musculares, de articulações e cabeça, erupções – da cabeça aos membros - e transtornos digestivos.
Além disso, três quartos dos infectados são assintomáticos, portanto, não sabem que estão carregando o vírus e podem acelerar a transmissão.
Sem dúvida, estamos diante de um novo desafio para a humanidade, cuja resposta deve ser coordenada em nível mundial, principalmente no combate ao transmissor, sempre levando em conta que a precaução é o melhor medicamento.