Apesar das numerosas mortes, a venda livre de armas continua nos Estados Unidos

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-03-08 09:31:57

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É normal que um adolescente acorde de manhã pensando gazear aula, mas é pouco comum que empunhe uma arma e atire contra seus familiares para convencê-los de que não vai mesmo ao colégio. Acreditem ou não, isto ocorreu nos Estados Unidos, onde comprar uma arma, como admitira o presidente Barack Obama, é mais fácil do que adquirir um livro.

Dias, e muitas vezes, apenas horas separaram acontecimentos que envolvem armas de fogo em território norte-americano, onde se contam milhares de vítimas mortais ao ano.

Só em 2015 ocorreram 45 tiroteios em escolas, e 9.964 pessoas morreram vítimas de armas de fogo.

Desde que Obama assumiu seu primeiro mandato, em 2009, se empenhou em acabar com esta situação, mas sempre esbarra numa forte resistência no Congresso influenciado pela Associação Nacional do Rifle, a que pertencem numerosos legisladores. Para a mencionada Associação e os políticos que compra com contribuições para suas campanhas, o fato de que entre 2004 e 2013 tivessem morrido mais de 316 mil pessoas em consequência de tiros parece um argumento intranscedente.

Perto de 300 milhões de armas de fogo se encontram em mãos particulares nos Estados Unidos, quase em igual proporção à população desse país.

Desde que entrou na Casa Branca como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama discursou mais de 15 vezes condenando os acontecimentos violentos gerados por armas de fogo. Admitiu que uma de suas maiores frustrações tem sido não conseguir endurecer o controle sobre estes artefatos.

Em meio a este panorama, Obama implementou medidas para limitar o acesso a armas de fogo: verificar os antecedentes do comprador, aumentar o acesso a tratamentos de saúde mental e investir em tecnologia que aumente os controles de segurança desses dispositivos.

Contudo, isto não é suficiente para conter um mercado cujos aliados primordiais são os interesses corporativos do complexo de armamentos dos Estados Unidos e que se justifica com a segunda emenda: o anacrônico preceito constitucional que protege o direito dos norte-americanos a portarem armas de fogo.

De resto, recordemos que, em confronto aberto com as medidas executivas, em 1o de janeiro último entrou em vigor em Texas uma lei que permite aos proprietários legais de armas de fogo portá-las à vista nas ruas e diferentes lugares públicos.

Para muitos analistas, o problema está enraizado na sociedade dos Estados Unidos, um país que em suas ações internacionais se manifesta como uma potência invasora e belicosa.



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