A direita venezuelana, agora maioria no Parlamento, pretende colocar em liberdade pessoas envolvidas em delitos como terrorismo, narcotráfico e corrupção. Acaba de aprovar em segunda discussão a criticada Lei de Anistia e Reconciliação Nacional.
A também conhecida como lei de amnésia criminosa foi enviada para ser ratificada ao presidente Nicolás Maduro, mas este deixou claro que não faria isso, disse que a lei protege assassinos, criminosos, narcotraficantes e terroristas.
A ação da bancada direitista provocou forte rechaço entre organizações sociais venezuelanas e os deputados do Grande Polo Patriótico. Julgam que se trata de uma aberração jurídica e política que promove a violência.
Por exemplo, caso essa lei fosse ratificada, seria colocado em liberdade Leopoldo López, condenado a 13 anos de cadeia por atiçar os atos violentos de 2014 contra o governo constitucional que deixaram mais de 40 mortos e centenas de feridos.
A verdade é que essa lei da oposição promoveria a impunidade na Venezuela, uma nação que nos últimos meses vem sendo alvo de uma forte campanha da direita venezuelana, apoiada pela oligarquia internacional, para desencadear o caos e a desestabilização do governo legítimo de Maduro.
Conforme os analistas, casos de responsabilidade em assassinatos, fraudes, tentativas de golpes de Estado e corrupção por parte de ativistas políticos ligados à oposição poderiam ser “esquecidos” e seria promovida a impunidade dos crimes contra o povo venezuelano.
Este é o caso de Manuel Rosales, ex-prefeito de Maracaibo, indiciado em 2008 por enriquecimento ilícito e que, como muitos outros beneficiados pela anistia, fugiu do país para que a justiça não pudesse capturá-lo.
Para a oposição, vale tudo quando se trata de atingir seus objetivos. Não tem a menor importância a soltura de traficantes de drogas e de armas e explosivos, ou dos que tenham sido julgados por instigação a delinquir, ou usado menores na execução de atos contra a lei.
Desde que assumiu o controle da Assembleia Nacional, a direita só pensa no confronto aberto com o governo e o povo venezuelano para atingir seu objetivo de depor o presidente Maduro, acabar com as conquistas da Revolução Bolivariana e instalar um modelo neoliberal para encher seus bolsos.
Quatro meses depois de instalada a nova Assembleia Nacional ainda não pensou em nenhum projeto de lei que pudesse ajudar a desenvolver o país e promover o bem-estar da maioria dos venezuelanos.