Uma semana depois do violento terremoto de 7,8 graus na escala de Richter que devastou a região costeira do Equador, esvaem as esperanças de encontrar sobreviventes debaixo dos escombros. Entrementes, o país batalha para atender às múltiplas necessidades das vítimas e se prepara para a prolongada etapa de reconstrução.
As autoridades informam de 600 mortos, mas o número pode crescer à medida que avancem as tarefas de limpeza, principalmente nas províncias de Manabi e Esmeraldas, e especialmente nas cidades de Manta, Portoviejo e Pedernales, que foram as mais castigadas pelo movimento telúrico.
A população está atenta e tensa devido as constantes réplicas do tremor de terra, algumas são de até seis graus ou mais na escala de Richter, por isso muito gente decidiu dormir à intempérie.
Conforme o instituto Geofísico do Equador, a terra pode continuar tremendo durante várias semanas, meses inclusive, em consequência da energia liberada pelo atrito das placas de Nazca e América do Sul, responsáveis pela tragédia.
Equador vem recebendo ajuda de todos os cantos do mundo, brigadas de apoio médico e salvamento têm chegado de numerosas nações, como Venezuela, Colômbia, Peru, México, Chile e Bolívia, Suíça e Espanha.
Em relação a Cuba, cerca de 700 especialistas da saúde já se encontravam lá quando ocorreu o terremoto, sendo que três deles morreram ao desabar o edifício onde moravam na cidade de Pedernales.
Não em vão o presidente Rafael Correa, que comanda as operações, afirmou que Cuba era campeã da solidariedade.
Ao grupo de cubanos que trabalham no Equador, se somou uma brigada do contingente Henry Reeve, especialista em desastres e graves epidemias, assim como uma equipe de socorristas.
Superada a primeira fase da emergência, virá a carga pesada da reconstrução, uma tarefa que, segundo adiantou o próprio Correa, levará anos e custará muito dinheiro.
O desafio ocorre em meio a uma conjuntura econômica adversa após a queda dos preços das matérias-primas, especialmente os energéticos, que afetam muitos pequenos Estados produtores, entre eles o Equador.
Além disso, o governo não está conseguindo somar recursos internos devido à retrógrada posição da direita opositora e os setores adinheirados, que teimam em frear vários projetos fiscais do executivo.
Entre eles, o imposto sobre heranças, segundo o qual se uma pessoa receber propriedades ou valores por um determinado montante de dólares, deve tributar ao Estado. O outro é aplicar uma taxa especial quando o patrimônio de um latifundiário se valorize graças a uma obra pública realizada perto de seus terrenos.
A avarícia própria dos ricos, mais a postura de políticos conservadores privaram o Equador de valiosos recursos, que agora poderiam ser colocados a serviço de todos aqueles que estão padecendo as consequências dos caprichos da natureza. Apesar de todas as dificuldades, ninguém será abandonado, porém nem tudo será fácil no futuro imediato.