A União Europeia e sua atitude egoísta e desumana ante o drama dos milhares de refugiados procedentes da África e do Oriente Médio e congregados em infames acampamentos na frente de suas portas, são alvos de críticas dentro e fora desse bloco continental.
Todos sabem que a maioria dos que abandonam seus lares obrigados pela violência, a fome e as guerras é vítima de conflitos atiçados por países ocidentais, onde segmentos ávidos das riquezas naturais e das posições geoestratégicas não hesitaram em criar uma situação sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o Relatório Global sobre Deslocamentos Internos, só no ano passado mais de 27 milhões de pessoas fugiram de suas casas por causa dos confrontos armados ou desastres naturais, um fenômeno que atingiu 127 países no mundo.
Para fazer ideia exata da dimensão do drama, esta enorme mobilização humana equivale a que tivessem evacuado as cidades de Nova York, Paris, Cairo e Londres.
Uma mostra do drama está se passando em Idomeni, um pequeno vilarejo da Grécia situado na fronteira com a Macedônia, no extremo norte, onde foi construída uma cerca de arame farpado, vigiado dia e noite por tanques de guerra e policiais macedônios.
Recordemos que a Grécia não é um país em guerra contra os imigrantes, mas está vivendo sua própria crise devido a extraordinárias pressões exercidas por seus parceiros europeus que a empurraram à ruína e que são os principais responsáveis pela falta de recursos para atender aos refugiados.
Uma das mais recentes e fortes críticas foi formulada pela prefeita de Barcelona, Ada Colau. Ela assegurou: “estamos muito envergonhados de que hoje em dia morram milhares de meninos e meninas, idosos e doentes, homens e mulheres afogados em nosso mar Mediterrâneo, passando frio ou penitência nas fronteiras da Europa. Não é próprio de cidades que querem ser do Primeiro Mundo e exemplo de direitos humanos”.
É uma mancha na consciência da humanidade que, um dia, será mencionada pelos historiadores, como foram os desmanes cometidos pelos nazistas e os fascistas na segunda chacina universal cometida pela nossa espécie.
É uma mostra, também, que a escada da evolução não inclui valores e princípios fundamentais, porquanto, essencialmente a lei do mais forte da época das cavernas continua em vigor em boa parte do planeta, onde só mudaram os métodos de extermínio e se tornaram mais massivos e eficazes.