Os recentes atos de violência de grupos direitistas na Venezuela confirmam as denúncias de que está sendo preparado o cenário que justifique a intervenção estrangeira, concretamente dos EUA e de alguns aliados seus, para destruir a Revolução Bolivariana criada por Hugo Chávez.
Quarta-feira da semana passada, uma manifestação que presumivelmente queria a agilização do referendo revogatório contra o chefe de Estado Nicolás Maduro, violou a área que tinha sido autorizada para a marcha e quis chegar à força até a sede do Conselho Nacional Eleitoral. Ao ser barrada pela polícia, atacou de maneira selvagem mulheres policiais, como se demonstra em imagens difundidas por alguns meios de comunicação, ainda que censuradas na grande imprensa golpista.
Vários detidos nesse dia declararam que foram pagos por figuras próximas da direção da chamada Mesa de Unidade Democrática para provocar desordens nas ruas.
A deputada pelo Bloco da Pátria, Tania Díaz, denunciou que com estes atos se pretende criar uma imagem de ingovernabilidade no país que propicie um golpe como aquele que se tentou dar em abril de 2002 contra o então primeiro mandatário Hugo Chávez, e que foi neutralizado em poucas horas pelo povo e os setores leais ao exército.
Em artigo publicado no jornal mexicano La Jornada, o analista Ángel Guerra afirma que o Comando Sul do exército dos Estados Unidos está acertando os detalhes de uma intervenção militar direta na Venezuela.
Guerra menciona as palavras do almirante Kurt W. Tidd, chefe do Comando Sul: nossa intervenção oportuna permitiu delinear um caminho para uma saída rápida do regime”.
No roteiro desse plano aparece a desmoralizada, mas ainda perigosa, OEA – Organização de Estados Americanos – cuja Carta Democrática se pretende aplicar contra a Venezuela.
Vale recordar que recentemente se denunciou que as grandes bases militares que o Pentágono tem na Colômbia apontam para a Venezuela, o que reafirma que Washington não exclui o uso das armas contra o povo e o governo venezuelanos.
O assunto é delicado porque os Estados Unidos têm um longo histórico de intervenções: desde Guatemala, em 1954, até Panamá em 1989. Regaram de sangue o território de Nossa América, sempre sob o surrado pretexto de proteger a democracia e a liberdade.
Se bem que nos últimos tempos preferem os golpes suaves, como no Paraguai e no Brasil, a ameaça armada continua vigente e ninguém pode assegurar que se deixará de utilizar, se os que mandam verdadeiramente em Washington considerarem necessário, principalmente no caso da Venezuela, onde estão as maiores reservas de petróleo do mundo.