Fiel às suas ideias de esquecer ou não ligar para a história e suas consequências, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama visita países da Ásia com o propósito firma de ignorar as tremendas atrocidades que seu país cometeu contra vários povos desse continente no século passado e que ainda provocam graves sequelas a milhões de seres humanos.
O chefe de Estado norte-americano passeia no Vietnã, se exibe como estrela de cinema em restaurantes populares, mas não pronuncia uma só palavra de consolo às vítimas dos 70 milhões de litros de herbicida denominado agente laranja que seus aviões jogaram sobre esse território há 40 anos, um tempo não tão longo assim como para pensar que se apagou da mente.
Pelo menos cinco milhões de vietnamitas foram afetados por esse terrível agente químico e, hoje em dia, podem ser vistas em hospitais crianças com membros retorcidos, graves tumores, câncer e malformações genéticas. Uma mostra viva da feroz guerra desencadeada pelos Estados Unidos contra a nação asiática.
Nenhum desses hospitais aparece no programa de visita de Obama. O presidente norte-americano também não pensa agilizar ações contra as empresas Monsanto e Dow Chemical, fabricantes do anteriormente mencionado líquido, nem contra os generais que de seus confortáveis gabinetes no Pentágono ordenaram jogá-lo contra a população civil.
Do Vietnã, o presidente dos Estados Unidos foi ao Japão, faltando apenas meses para o 71o aniversário do massacre provocado pelos bombardeios atômicos contra Hiroshima e Nagazaki.
Segunda-feira 6 e quinta-feira 9 de agosto de 1945, o inferno se abateu sobre estas duas cidades japonesas, onde não havia alvos militares importantes e quando ao regime fascista imperante nesse país restavam poucos dias de vida.
Foi um crime horrível e desnecessário ordenado pelo presidente Harry Truman que atomizou em segundos centenas de milhares de pessoas e deixou inutilizadas para sempre um número maior de seres humanos.
Segundo porta-vozes de Barack Obama, o presidente não tem nenhuma intenção de pedir perdão ao Japão, nem a humanidade, por este brutal ato de genocídio.
Recordemos que ele não gosta da história, não gosta trazer à memória a pesada dívida que a primeira potência nuclear, a única que utilizou essa arma contra seus semelhantes, tem para com as vítimas desses bombardeios, para com seus filhos, e os filhos de seus filhos, até quem sabe quantas gerações mais.
Ele está na Ásia, disse, para reforçar o papel de seu país nesse continente. Como não gosta da história, não percebe que esse papel já existe e é muito forte, é indelével no imaginário popular, onde toma a figura de uma mão ensaguentada e a caveira assentada sobre os fêmures cruzados.