O governo provisório do Brasil, dirigido por Michel Temer, continua não tendo um instante de tranquilidade depois do golpe contra Dilma Rousseff. Agora mesmo está envolvido em novas revelações que comprometem a outro de seus homens fortes, o atual ministro de Transparência, Fiscalização e Controle Fabiano Silveira.
Sérgio Machado, que se tornou sombra funesta de Temer, difundiu no último fim de semana uma gravação na que Silveira criticava a operação anticorrupção conhecida como Lava Jato e aconselhava os supostos envolvidos como esquivar as consequências.
Os vazamentos de Machado já fizeram com que renunciasse a seu cargo o ministro interino de Planejamento Romero Jucá, que se pronunciou por provocar a saída de Rousseff do executivo como a melhor maneira de parar as investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, que compromete numerosas figuras da direita.
Gerou, também, descontentamento a reunião que o presidente interino manteve com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que dirigirá o grupo que escolherá os políticos a serem julgados pela corrupção na Petrobras.
Hoje em dia, a opinião pública internacional está conscientizando que o processo contra Dilma nada tem a ver com a luta contra a corrupção, pelo contrário, são os corruptos os que trabalharam para afastá-la do posto e ocupar seu lugar.
O verdadeiro objetivo de toda essa farsa sempre foi tirar o PT do poder, desarmar todas as medidas de benefício popular conseguidas nos últimos 13 anos e restaurar um regime neoliberal, como o que vem sendo aplicado na Argentina.
O governo provisório não conseguirá alcançar suas metas facilmente e já foi obrigado a dar marcha à ré em algumas decisões, como, por exemplo, a de fechar o ministério da Cultura, que tornou a funcionar devido às pressões exercidas nessa direção por artistas e intelectuais.
Nas ruas, se eclipsam as manifestações da classe média alta e a oligarquia e se fortalecem as dos segmentos populares. Muitos políticos estão preocupados com que nas eleições municipais de outubro sejam castigados e percam posições.
Michel Temer está caminhando na corda bamba e as semanas seguintes serão chave para definir seu futuro.