O governo, as empresas, as entidades de serviços e os cubanos vão trabalhar até o fim do ano com limitações devido à falta de liquidez e dificuldades com o petróleo, mas todos os serviços vitais para a população estão garantidos.
Sem a execução de créditos e com a diminuição no fornecimento de petróleo, principalmente pela Venezuela apesar dos esforços de seu governo, Cuba defrontará os últimos seis meses do ano em meio a tensões econômicas.
Essa situação conjuntural se produz, também, pela queda dos preços de itens exportáveis tão importantes quanto o níquel e a produção açucareira, castigada esta última pela prolongada seca e as chuvas fora de temporada que ocorreram no começo da colheita.
O Produto Interno Bruto de Cuba cresceu 1% nos primeiros seis meses do ano, ao invés de 2% como se esperava.
Mas a etapa adversa será defrontada com um programa governamental destinado a encarar as restrições.
As medidas englobam a diminuição das despesas, a não execução de certos projetos e o ajuste no uso de itens energéticos. O fornecimento de eletricidade será reduzido, mas não afetará o setor residencial, ou seja, a população, que consome 60 por cento da luz.
Funcionários explicaram que a economia de eletricidade atingirá outros setores, excluindo as indústrias do turismo e do níquel, os principais suportes da economia.
Em outras palavras: Cuba não vai cair num período de penúrias incontroladas e o desenvolvimento prosseguirá dentro das possibilidades devido a um programa concebido para gastar menos, investir as divisas do país em necessidades bem definidas e evitar endividamentos excessivos.
A prioridade, portanto, é a obtenção de receitas através das exportações e a substituição de importações por produtos nacionais, a aquisição de alimentos, a produção dentro do país de materiais de construção e a preservação da circulação mercantil varejista.
Igualmente, não serão descuidados em Cuba os investimentos associados a setores chave: turismo, energia, agricultura, enfrentamento à seca e a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, a porta comercial do país.
Beneficiará o país a importação de mais alimentos graças à queda de seus preços no mercado internacional e à existência de inventários correspondentes a importações do ano passado.
Se bem que os investimentos diminuirão 17 por cento comparados com 2015, os previstos montam em 6,5 bilhões de pesos, uma soma considerável.
Certamente, Cuba dará a volta por cima apelando, como disse o presidente Raúl Castro, à sua energia, racionalidade e sensibilidade política.