Havana, 26 de novembro (RHC).- Neste fim de semana continuaram chegando a Cuba voos procedentes do Brasil trazendo a bordo novos grupos de médicos que prestavam sua colaboração no Brasil. O fim da participação no programa “Mais Médicos” foi consequência das declarações hostis e ofensivas do presidente eleito Jair Bolsonaro, que questionou sua capacidade profissional e condicionou sua permanência no plano de atendimento primário de saúde.

Ao dar as boas-vindas no aeroporto a um dos grupos, o vice-ministro cubano de Saúde Pública, Luis Navarro, disse que eles expressam os mais altos princípios de lealdade, compromisso, entrega e dedicação a uma das mais humanas tarefas que pode realizar uma pessoa: salvar vidas. Indicou que a postura de Bolsonaro não poderia ter outra resposta que defender a dignidade dos cooperantes cubanos.

No Brasil, o presidente do PSB – Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, disse que o trabalho dos profissionais cubanos teve um impacto muito positivo. “Estamos muito gratos pela presença dos médicos da Ilha, e lamentamos profundamente a responsabilidade do nosso futuro Presidente nesta tragédia”, apontou Siqueira. Lembrou que os colaboradores atendiam principalmente a população pobre e distante dos grandes centros urbanos, onde nunca houve um médico.

Por sua vez, Arthur Chiaro, que foi ministro de Saúde no gabinete da ex-presidente Dilma Rousseff, advertiu a dificuldade de encontrar médicos para as localidades periféricas e distantes, o que gera uma situação de extrema desigualdade. Destacou que os profissionais cubanos foram chamados para ocupar os postos que permaneceram vazios depois da convocação dos especialistas locais. “Era gente pobre sendo atendida como nunca”, sublinhou o ex-ministro. #RHCMasMedicos