Miguel Diaz-Canel
Havana, 27 de outubro (RHC).- O presidente Miguel Díaz-Canel reiterou que Cuba mantém seu compromisso com a cooperação solidária, baseada no respeito mútuo, a ajuda desinteressada e a complementação. Disse que o país continuará atuando sob o princípio de “compartilhar o que temos, não o que nos sobra”.
Ontem, falando no 30° período de sessões da CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe, realizado de maneira virtual em consequência da pandemia, Díaz-Canel chamou à colaboração e ao multilateralismo para alcançar o desenvolvimento sustentável e reduzir as desigualdades na região. Disse que esse desequilíbrio é vergonhoso, e se expressa entre nações e dentro de cada país em vários âmbitos, entre eles o econômico, social, financeiro e ambiental.
A pandemia da Covid-19 evidencia nossas vulnerabilidades, e seu impacto leva a projeções desalentadoras, quando a CEPAL estima uma queda de 9,1% do Produto Interno Bruto regional em 2020, a pior da história, sublinhou o mandatário cubano. Advertiu que a situação se agrava pelos efeitos das mudanças climáticas, especialmente nos países insulares.
Ante essa realidade, Díaz-Canel exortou a adotar políticas integrais e sustentáveis, fomentar a cooperação e facilitar o acesso aos recursos. E frisou que Cuba continuará apostando no multilateralismo, renovado e fortalecido, na colaboração solidária, nas respostas articuladas e renovadoras, e na preservação da paz.
Em seu discurso online na reunião da CEPAL, denunciou o endurecimento brutal do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a esta Ilha desde o começo dos anos 60. Se trata de um ato de barbárie humana, que tenciona prejudicar a nação cubana e constitui a maior violação dos direitos humanos de seus cidadãos, apontou o chefe de Estado. E como exemplo, mencionou que Washington acaba de adotar uma medida que coloca mais empecilhos ao envio de remessas financeiras de cubanos residentes no território norte-americano a seus parentes em Cuba.
No encontro, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, destacou a liderança desta Ilha durante seu mandato de dois anos na presidência pro tempore do organismo regional. O posto foi transferido à Costa Rica. Disse que Cuba contribuiu nesse período aos esforços pela igualdade, o desenvolvimento sustentável e a cooperação.
Em termos semelhantes se expressou a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena. Ressaltou que em meio à pandemia, as autoridades cubanas mostraram sua capacidade de reação imediata, necessária em momentos como este, e colocaram o multilateralismo como instrumento chave para o desenvolvimento sustentável com igualdade. “Cuba se destaca pela persistência e capacidade na busca de seu próprio modelo de desenvolvimento como nação”, indicou.