La Rampa habanera. Foto / Cubadebate
Havana, capital de Cuba, fundada em 1516, foi muito importante para Espanha. Era o lugar onde se concentravam os navios carregados de ouro e prata das colônias espanholas da América para saírem juntos rumo à metrópole protegidos pela frota de guerra. Sua baía em forma de bolsa, rodeada por fortalezas militares, oferecia proteção segura para tanta riqueza, numa época em que eram comuns os ataques de corsários e piratas.
A deterioração do primeiro assentamento residencial, em volta do porto e dos fortes coloniais, após a independência em 1902, fez com que a elite começasse a procurar lugares mais exclusivos para construir suas mansões ao leste do velho centro. Assim, surgiu o Vedado, onde ergueram suas casas e a primeira ponte na foz do rio Almendares.
Vamos começar falando nesse bairro, chamado assim na época colonial porque era proibida a construção de qualquer tipo de moradia nessa área, por serem terras que pertenciam à Coroa espanhola e ficavam fora do sistema defensivo de muralhas. Não foi até meados do século XIX em apareceram ali as primeiras mansões e palacetes pertencentes às famílias mais ricas da sociedade havanense, tornando-se um setor residencial.
Foi a primeira urbanização coerente, com ordem e parcelamento em quadras para facilitar a organização das vias de comunicação. O engenheiro responsável foi o urbanista Luis Iboleón Bosque.
Se você perguntar a um morador da capital cubana qual é o coração da cidade, com certeza responderá La Rampa, um trecho de cerca de 500 metros de ladeira na rua 23, uma das mais importantes do bairro. Parte da famosa sorveteria Coppelia e chega à avenida beira-mar.
Um lugar muito frequentado, ideal para passear, para um encontro amoroso ou de trabalho, ou mesmo para curtir uma tarde ou noite com os amigos. Assim tem acontecido ao longo de décadas, em que La Rampa e o calçadão do Malecón, com sua mureta de proteção contra a força do mar, foram se transformando no lugar mais badalado da cidade.
Nesta área encontram-se cinemas, restaurantes, salas de exposições, boates e hotéis famosos, como o Havana Livre, o Nacional e o Capri. Ir a La Rampa, curti-la, é costume dos habitantes desta localidade, e também um ponto de referência para empreender caminho rumo a outros sítios.
Existem muitas maneiras de percorrer Havana. Uma pode ser o roteiro que espelha sua história. Outra, seguindo o livre arbítrio, parando nos lugares que mereçam dedicar-lhes um tempinho. Ou combinar essas duas opções, tomando La Rampa como ponto de partida.
Aliás, o Vedado é um dos melhores bairros para passear sob a sombra de grandes árvores plantadas ainda no século XX. Ficamos maravilhados com a riqueza arquitetônica, as grades que semelham rendas, e as colunas jônicas, dóricas e gregas que dão um ar ora neoclássico, ora barroco ou mesmo mourisco, herança das diferentes culturas que conformam a cidade.