A praça Cervantes, situada na parte antiga de Havana, é também conhecida como Parque de San Juan de Dios, uma área verde de lazer para os que moram na capital cubana. Está localizada no quadrante das ruas Empedrado, Aguiar, Habana e San Juan de Dios.
Seu nome popular provém no fato de, nesse mesmo lugar, ter estado ao longo de muitos anos um hospital dirigido pelos frades dessa ordem religiosa. A praça foi construída depois do desabamento, e posterior demolição, do antigo centro de saúde, com o objetivo de oferecer aos habitantes do bairro uma área de recreação.
Em 1908 foi colocada ali uma estátua dedicada ao renomado escritor espanhol Miguel de Cervantes e Saavedra, autor de “O engenhoso fidalgo Dom Quixote da Mancha”. Ele nasceu em Alcalá de Henares em 1547, e faleceu em Madri em 1616. Foi dramaturgo, romancista, poeta e soldado, e se tornou a principal figura da literatura espanhola de todos os tempos.
Sua obra cimeira, o “Quixote”, é considerada por muitos críticos literários o primeiro romance da era moderna, e uma das melhores obras da literatura universal. É o livro mais editado e traduzido da história, somente superado pela Bíblia. Miguel de Cervantes também é conhecido pela alcunha de “Príncipe Engenhoso” ou “Manco de Lepanto”, por ter perdido um braço na batalha homônima.
Voltando à estátua, foi a primeira feita em Cuba para prestar-lhe homenagem, e até hoje permanece no mesmo lugar onde foi desvelada. O escultor italiano Carlo Nicoli, autor da obra, utilizou mármore de Carrara. Nela vemos Cervantes erguido sobre um pedestal quadrado, colocado numa pequena plataforma com escalões.
A escultura do famoso escritor, apreciada pelos que visitam a praça Cervantes, foi inaugurada apenas oito anos depois de ter concluído a guerra de independência dos cubanos contra o regime colonial espanhol. É motivo de admiração, mas também uma amostra do gosto dos cidadãos desta Ilha pelas artes, e o reconhecimento irrebatível a quem é considerado mestre universal da literatura em língua espanhola.