Caster Semenya

Estrasburgo, França, 12 de julho (RHC) - A atleta sul-africana Caster Semenya disse hoje estar feliz, mas insatisfeita, um dia depois de o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) ter decidido a seu favor, considerando-a vítima de discriminação.

A justiça falou, mas isto é apenas o começo, disse a corredora de 32 anos, que recorreu ao TEDH depois de o tribunal suíço ter confirmado em 2020 uma decisão do Tribunal Arbitral do Esporte que validava uma regra da federação internacional de atletismo (World Athletics) que a privava do direito de competir.

Segundo o tribunal francês, a Suíça violou o artigo 14º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que proíbe a discriminação, e o artigo 8º, que protege o direito ao respeito pela vida privada.

Numa decisão por quatro juízes contra três, o TEDH considerou uma violação o fato de a corredora de meia distância estar proibida de participar em algumas competições por ter recusado um tratamento hormonal para baixar os seus níveis de testosterona.

Espero que a World Athletics e, doravante, todas as organizações esportivas, tomem nota da decisão da TEDH e respeitem a dignidade e os direitos humanos dos atletas", declarou a bicampeã olímpica dos 800 metros em comunicado.

No passado mês de março, World Athletics decretou que os atletas devem manter os seus níveis de testosterona abaixo dos 2,5 nanomoles por litro durante 24 meses para participarem em qualquer competição feminina, independentemente da distância. (Fonte: Prensa Latina)