Havana, 18 de junho (RHC).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que seu homólogo norte-americano, Donald Trump, tencionou invadir o país e transformá-lo numa colônia.
Disse que essa pretensão é mostrada no livro de memórias do ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, que Trump agora tenta impedir sua publicação.
“Aí vão se revelando as verdades, vão saindo as verdades sobre o que enfrentamos e derrotamos durante 2019 e 2020, e continuaremos derrotando”, afirmou Maduro em declarações transmitidas pelo canal “Venezolana de Televisión”. Também sublinhou trechos que mostram que Trump não confiava no deputado de direita e autoproclamado presidente Juan Guaidó, por considerá-lo uma figura fraca.
Em Caracas, a Assembleia Nacional Constituinte aprovou acordo de respaldo aos novos reitores da Comissão Nacional Eleitoral, designados pelo TSJ – Tribunal Supremo de Justiça. No debate, o legislador Herman Escarrá sublinhou que a ação é legal e condizente com a Carta Magna, e lembrou que a Assembleia Nacional, em status de desacato, dedicou-se nos últimos anos a incentivar golpes de Estado e rupturas institucionais.
Ontem, a porta-voz da Chancelaria russa, María Zajarova, reiterou que é preciso apoiar uma solução pacífica ao litígio político interno na Venezuela, e o diálogo entre as forças políticas dessa nação sem ingerência externa. Disse que por um lado os EUA tratam de estrangular a economia e a sociedade com sanções unilaterais, situação agravada pela pandemia, e pelo outro se percebem sinais do início de um diálogo entre venezuelanos sobre questões humanitárias, as perspectivas do processo político e a realização de eleições legislativas.
“A pressão brutal e a restrição ilegal desde o exterior exacerbam os problemas da Venezuela e dificultam a construção da confiança entre seus cidadãos, com o propósito de levar tudo a um beco sem saída”, apontou Zajarova. Sublinhou que a oposição radical age sob o princípio de “quanto pior, melhor”.