Buenos Aires, 07 dezembro (RHC).- A indignação e o desconcerto predominam na quarta-feira nas organizações sociais, políticas e sindicais da Argentina, que estão denunciando os intentos de banir e encarcerar a vice-presidente Cristina Kirchner.
O Tribunal Oral Federal condenou na terça-feira a seis anos de cadeia e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos a também presidente do Senado por suposta administração fraudulenta em prejuízo da gestão pública.
O veredicto corresponde à chamada Causa Validad por supostas irregularidades na adjudicação de 51 obras na província de Santa Cruz, de 2003 a 2015. Cristina Kirchner rejeitou e desmentiu as acusações durante três anos de audiências.
A vice-presidente denunciou a existência de um Estado paralelo, uma máfia e um partido judicial que a processaram por delitos que não cometeu.
Ademais, ressaltou que sua inabilitação é a verdadeira condenação que buscavam os juízes, promotores, empresários e políticos contrários ao peronismo.
As Mães e as Avós da Praça de Maio, os Familiares de Desaparecidos e Detidos por Motivos Políticos, Filhos Capital, a Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos, a Associação Boa Memória e a Fundação Memória Histórica e Social, entre outras organizações, externaram seu apoio a Cristina Kirchner e repudiaram a sentença.
O Tribunal divulgará os fundamentos da sentença em 09 de março de 2023. Depois disso, a defesa e a promotoria terão dez dias para apelar perante a Câmara Federal de Cassação Penal.
O processo poderá tardar meses nessa instância. Ao esgotar essa etapa, se pode recorrer à Suprema Corte que não tem prazo para decidir.
Segundo a agência de notícias Telam, a sentença será firme quando essa Corte se pronunciar e se naquele momento algum dos condenados tiver foro para exercer um cargo eletivo, será necessário um julgamento político para ordenar sua detenção.
Igualmente, existe a possibilidade de ir a tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos.