Rússia denuncia uso indevido do acordo de cereais pelos EUA e Europa

Editado por Irene Fait
2023-07-24 18:04:03

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Adis Abeba, 24 de julho (RHC) O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou que o Acordo de Cereais do Mar Negro foi usado por empresas dos Estados Unidos e da Europa, que exportaram e revenderam cereais ucranianos, divulgou a imprensa local na segunda-feira.

Putin recordou que o objetivo inicial do acordo era garantir a segurança alimentar global, reduzir a ameaça da fome e ajudar os países mais pobres de África, Ásia e América Latina, razão pela qual Moscou assumiu a obrigação de facilitar a sua implementação, conforme cita a Agência de Imprensa da Etiópia.

Um artigo de opinião a propósito da segunda Cúpula Rússia-África e do Fórum Econômico Humanitário Rússia-África, que acontecerá nos dias 27 e 28 de julho, em São Petersburgo, revela que, em quase um ano, foram exportados da Ucrânia 32,8 milhões de toneladas de cereais e mais de 70% acabaram em países ricos, na União Europeia inclusive.

"Enquanto isso, países como a Etiópia, o Sudão e a Somália, o Iêmen e o Afeganistão, receberam menos de três por cento dos fornecimentos, ou seja, menos de um milhão de toneladas", afirmou.

A Comissão alertou para o descumprimento das disposições desse acordo que têm a ver com a isenção de sanções para as exportações russas de cereais e fertilizantes aos mercados mundiais.

Das 262.000 toneladas de mercadorias bloqueadas nos portos europeus, apenas dois carregamentos foram entregues: um de 20.000 toneladas para o Malaui e outro de 34.000 toneladas para o Quênia. O resto continua nas mãos de europeus sem escrúpulos, sublinhou.

Levando em conta todos estes fatos, sublinhou, já não faz sentido continuar com o acordo de cereais, porque não serviu o seu objetivo humanitário inicial e nós defendemos que não deve ser prolongado, portanto acabou no passado dia 18 de julho.

"Quero dar garantias de que o nosso país é capaz de substituir os cereais ucranianos tanto comercialmente como gratuitamente, porque esperamos outra colheita recorde este ano", sublinhou o líder russo.

Apesar das sanções, Moscou seguirá fornecendo cereais, alimentos, fertilizantes e outros bens a África, continuará desenvolvendo os laços econômicos com esse continente, tanto com Estados individuais quanto com associações de integração regional e, naturalmente, com a União Africana.

O acordo de cereais, proposto pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, assinado em Istambul a 22 de julho de 2022, consistia em duas partes interligadas: a Iniciativa do Mar Negro sobre a exportação de alimentos ucranianos e amoníaco russo e o Memorando Rússia-ONU sobre a normalização das exportações agrícolas. (Fonte: PL)



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