Abdou Sidikou Issa, chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Níger.
Niamey, 27 de julho (RHC) Os chefes das forças armadas do Níger declararam quinta-feira o seu apoio à junta militar que tinha dado o golpe contra o Presidente Mohamed Bazoum no dia anterior.
O general de divisão Abdou Sidikou Issa, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Níger, declarou em comunicado que a decisão foi tomada para preservar a integridade física do Presidente da República e da sua família, e para evitar um confronto entre as diferentes forças que poderia conduzir a um derramamento de sangue e comprometer a segurança da população.
Uma junta militar denominada Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CLSP) anunciou na televisão estatal, no dia anterior, a demissão de Bazoum e a suspensão das instituições, bem como o fechamento das fronteiras e toque de recolher noturno até nova ordem.
O comunicado militar afirma ainda que qualquer intervenção externa, seja da origem que for, terá consequências desastrosas e incontroláveis para o país.
Entretanto, a comunidade internacional, que inclui as Nações Unidas, a União Africana, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Europeia, condenou a revolta e exigiu a libertação imediata do presidente, que se encontra detido no Palácio Presidencial.
Esta é a segunda tentativa de golpe de Estado contra o atual governo do país africano, depois de as autoridades nigerinas terem abortado uma tentativa contra Bazoum dois dias antes de sua posse, em 31 de março de 2021.
O Níger é um dos países mais pobres do mundo, sofre os efeitos das alterações climáticas e de uma crise alimentar que afeta milhões de pessoas. Depois do Mali e de Burkina Faso, é o terceiro país do Sahel atingido por ataques de grupos radicais islâmicos. (Fonte:PL)