Niamey, 01 agosto (RHC) Autoridades de vários países africanos se manifestaram contra a intervenção militar no Níger, tendo em vista o ultimato dado aos líderes golpistas pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi anunciado na terça-feira.
Países como Mali, Guiné e Burkina Faso, também membros da CEDEAO, anunciaram que considerariam a intervenção militar no Níger como uma declaração de guerra contra eles, complicando ainda mais a situação na região africana.
Da mesma forma, rejeitaram sanções econômicas contra as novas autoridades em Niamey.
Guiné enfatizou que não é obrigada a cumprir as sanções aprovadas pela cúpula da CEDEAO em 30 de julho.
A CEDEAO suspendeu todas as operações comerciais e financeiras entre seus Estados membros e o Níger, além de congelar os ativos do Níger nos bancos centrais da região.
Os governos do Mali e Burkina Faso também lembraram as terríveis consequências da intervenção militar da Organização do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia, que eles culpam pela disseminação do terrorismo no Sahel e em toda a África Ocidental.
Uma junta militar chamada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP) anunciou na televisão estatal na quarta-feira a destituição do presidente Mohamed Bazoum e a suspensão das instituições, bem como o fechamento das fronteiras e um toque de recolher noturno.
O comunicado militar também afirmou que qualquer intervenção externa, de qualquer origem, teria consequências desastrosas e incontroláveis para o país.
Essa é a segunda tentativa de golpe contra o atual governo do país africano depois que as autoridades do Níger abortaram uma tentativa contra Bazoum dois dias antes de sua posse em 31 de março de 2021.
O Níger é um dos países mais pobres do mundo, sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas e uma crise alimentar que afeta milhões de pessoas.
Depois de Mali e Burkina Faso, é o terceiro país do Sahel afetado pela maioria dos ataques de grupos islâmicos radicais. (Fonte: PL)