Lula presidente de Brasil
Brasília, 02 agosto (RHC) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em um primeiro encontro com correspondentes estrangeiros após assumir o cargo em 1º de janeiro, que o papel do Brasil em relação ao conflito armado entre Rússia e Ucrânia é buscar uma proposta de paz, um denominador comum, junto com outros países.
"O Brasil sempre buscará a paz, um caminho para encontrar uma solução", disse Lula, acrescentando que a guerra não é a solução, mas sim a paz e depois a reconstrução. Ele insistiu que seu país pretende construir uma proposta pacífica, quando as partes opostas estiverem em condições de negociar o fim da guerra.
Nesse sentido, deu a entender que os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelenskiy, da Ucrânia, ainda não estão prontos para um acordo de paz.
Lula advogou para que essa guerra - que deveria ter sido evitada - seja discutida pelas Nações Unidas, um órgão que considera enfraquecido em sua capacidade de conter os problemas globais.
Disse que não entendia como os membros do Conselho de Segurança da ONU participavam de guerras.
Perguntado sobre o banco do grupo Brics, um bloco composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, comentou que deveria ser mais generoso do que o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Sobre a desigualdade que prevalece no mundo, o presidente brasileiro lembrou que se gasta mais em armamentos, enquanto milhões de pessoas passam fome e as crianças não têm acesso a pelo menos um copo de leite por dia.
"Sou contra todo tipo de desigualdade", disse. E prometeu que essa posição o acompanhará em seus próximos discursos em qualquer tribuna.
Perguntado sobre a difícil situação econômica da Argentina e sobre as próximas eleições, Lula disse que preferia ficar calado, mas pediu que a democracia ganhasse.
Mais uma vez, ele ressaltou que quer ajudar Buenos Aires porque "o Brasil não quer crescer sozinho na região" e o FMI não deve ser uma espada que pende sobre a cabeça da Argentina, o terceiro maior parceiro comercial de seu país no mundo, atrás da China e dos Estados Unidos.
Na América do Sul, é o principal, mas enfrenta uma grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda de poder aquisitivo e altas taxas de inflação. (Fonte: PL)