Foto: Prensa Latina.
Brasília, 12 de agosto (RHC) Os vários compromissos ambientais emanados da IV Cúpula da Amazônia, que aconteceu durante dois dias em Belém, capital do estado do Pará, foram destacados no Brasil na semana que termina.
Os países participantes do encontro divulgaram comunicado conjunto com as considerações finais, no qual também pediram vantagens para os produtos florestais sustentáveis nos mercados das nações desenvolvidas.
"Reforçamos nosso entendimento de que o acesso preferencial para produtos florestais nos mercados dos países desenvolvidos será uma importante alavanca para o desenvolvimento econômico dos países em desenvolvimento", diz o texto.
E reitera os compromissos destinados a preservar as florestas, reduzir as causas do desmatamento e da degradação florestal, bem como conservar e valorizar a biodiversidade.
Os signatários também expressaram preocupação com o fracasso dos países desenvolvidos em cumprir seus compromissos com os US$ 100 bilhões anuais prometidos para o financiamento climático nos países em desenvolvimento.
Nesse sentido, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião do fórum, defendeu a viabilidade de financiamento internacional para projetos sustentáveis no bioma.
"Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e não leva em consideração os nossos marcos regulatórios e as nossas políticas domésticas", disse Lula ao final do encontro.
Para o chefe de Estado, "o que precisamos para dar um salto de qualidade é o financiamento incondicional e de longo prazo para projetos de infraestrutura e industrialização verde".
Ele disse que durante a presidência brasileira do G20 (grupo formado pelos ministros das finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), que terá início em 1º de dezembro, "colocaremos o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades no centro da agenda internacional".
Lula alertou que faltam apenas sete anos para atingir as Metas da Agenda 2030 e que é "hora de nossos países se unirem. É hora de despertarmos para a urgência do problema da mudança climática".
Observou que a declaração conjunta adotada será "o primeiro passo para uma posição comum já na COP28 deste ano (nos Emirados Árabes Unidos), com vistas à COP30".
A cúpula em Belém envolveu, além dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), outros países com grandes extensões de florestas tropicais preservadas, como a Indonésia, o Congo e a República Democrática do Congo. (Fonte: Prensa Latina).