Brasília, 18 setembro (RHC).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião hoje ou amanhã em Nova York, segundo o líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
Citado pelo site G1, o parlamentar, que faz parte da comitiva de Lula nos EUA, disse que o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, ofereceu a Zelensky essas duas possíveis agendas durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em ambas as datas, o presidente brasileiro também conversará com outros líderes estrangeiros.
O governo ucraniano ainda não confirmou a presença de Zelensky.
Um funcionário do país europeu disse à TV Globo que o encontro está sendo avaliado e "tudo vai depender da agenda dos dois líderes".
Lula e Zelensky nunca se encontraram pessoalmente e só se falaram por telefone em março.
Em maio, o ucraniano tentou conversar com Lula durante a reunião de cúpula do G7 no Japão, mas o governo brasileiro alegou que problemas de agenda impediram o encontro.
Também naquele mês, o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, foi enviado a Kiev, capital da Ucrânia, para participar de uma reunião com Zelensky.
Nas mídias sociais, o presidente ucraniano afirmou que disse a Amorim que o único plano de paz possível para acabar com a guerra é o plano de Kiev.
Ele também discutiu a "possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina" e disse que esperava receber o chefe de Estado brasileiro em seu país e continuar o diálogo.
Lula declarou recentemente em Johanesburgo que o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia é uma prova das limitações do Conselho de Segurança da ONU.
"Estamos prontos para nos unir aos esforços a fim de alcançar um cessar-fogo e uma paz sustentável e duradoura" nesse confronto, declarou Lula na 15ª Cúpula do Brics, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Ele insistiu em que "a busca da paz é uma obrigação coletiva e uma necessidade para o desenvolvimento justo e sustentável" e considerou que o bloco deveria atuar "como uma força de entendimento e cooperação".
Analistas consideram que, desde que assumiu o cargo pela terceira vez, em 1º de janeiro, Lula tem insistido em se apresentar como um possível interlocutor para a paz entre russos e ucranianos, mas o projeto enfrenta resistência, principalmente dos Estados Unidos e de alguns países europeus. (Fonte: PL)