Brasília, 02 março (RHC) O número de pessoas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado subiu para 116, após terem sido sentenciados na sexta-feira outros 15 acusados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 no Brasil.
Por maioria de votos, os juízes proferiram sentenças que variam de 14 a 17 anos de prisão para os réus, acusados dos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e dano à propriedade demolida.
O STF começou a julgar os réus em setembro do ano passado pela invasão e vandalismo da sede dos Três Poderes em Brasília.
O tribunal superior recebeu um total de 1.345 denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR).
Dessas, 1.113 foram suspensas para que a PGR possa avaliar se irá propor acordos para evitar a condenação.
Os atos extremistas que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes deixaram um prejuízo material de 20,7 milhões de reais (pouco mais de cinco milhões de dólares).
Nas sentenças, o Supremo Tribunal Federal determinou o pagamento de uma multa de 30 milhões (seis milhões de dólares), dividida entre todos os condenados, por danos coletivos.
Em 29 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) prendeu dois empresários suspeitos de financiarem os atos.São eles Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita.
Ambos, do Distrito Federal (DF), foram presos na 25ª fase da chamada Operação Lesa Pátria, que investiga episódios antidemocráticos.
Os investigadores cumpriram 34 mandados: 24 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão e sete mandados de monitoramento eletrônico.
De Andrade é acusado de ser um dos financiadores do acampamento Bolsonaro (apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro) em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, além de fornecer transporte para os radicais que cometeram os atentados.
Ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF, ele negou ter participado dos ataques, mas, ao mesmo tempo, admitiu que estava no lugar no momento do vandalismo.
De Mesquita é suspeito de transferir dinheiro para contas bancárias de apoiadores do golpe, pagar o transporte até a Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques à sede dos Três Poderes e participar ativamente das manifestações. (Fonte: PL)