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Tegucigalpa, 16 de abril (RHC) A Comunidade do Caribe (Caricom) insistiu na terça-feira em apostar no caminho do diálogo para solucionar a crise diplomática entre México e Equador, ao ratificar sua profunda preocupação com as ações do governo de Quito.
O presidente da Guiana, e líder temporário da Caricom, Irfaan Ali, disse que seus colegas reafirmam a importância de aderir aos princípios do direito internacional, às regras e à Convenção de Genebra sobre a inviolabilidade dos direitos das missões diplomáticas e consulados.
Enfatizou que a nação sul-americana violou todos esses princípios ao entrar violentamente na embaixada mexicana no dia 5 e retirar o ex-vice-presidente Jorge Glas, que havia solicitado asilo político ao governo de Andrés Manuel López Obrador.
„Confio em que ambos os Estados se sentem à mesa de negociações e encontrem uma saída para a crise, pois isso contribuiriam para a premissa de preservar a região como uma zona de paz e cooperação”.
"Essa deve ser uma prioridade para todos nós", enfatizou Ali.
A intervenção da Caricom encerrou a primeira parte de uma reunião extraordinária entre os chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que está reunida em formato virtual para analisar a crise diplomática entre o México e o Equador.
A reunião teve início às 9h (horário local) em Tegucigalpa e também incluiu discursos dos líderes de Honduras, México, Brasil, Guatemala, Colômbia, Cuba, Venezuela, Bolívia e São Vicente e Granadinas.
A presidente de Honduras e da Celac, Xiomara Castro, ressaltou que foram condenados os atos violentos praticados pelo Equador e houve um apelo unânime para que se respeitasse o salvo-conduto de Glas.
A Celac analisou a situação primeiramente em uma reunião da troika (Honduras, Colômbia e São Vicente e Granadinas) e depois em uma reunião extraordinária em nível de ministros das Relações Exteriores, que reiteraram suas condenações individuais à violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e das Regras de Asilo da Convenção de Caracas.
Glas está preso em seu próprio país por supostamente ter desviado fundos na reconstrução de duas províncias afetadas pelo terremoto.
Além da condenação internacional do incidente, o México e a Nicarágua romperam relações com o Equador, o presidente da Venezuela se pronunciou no mesmo sentido, e se apresentou uma ação perante a Corte Internacional de Justiça contra Quito. E Colômbia prometeu ações para que a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitisse medidas cautelares em favor de Glas.
Outras organizações da região também pediram reuniões urgentes com esse assunto em pauta e as consequências para o Equador, que poderia sofrer sanções. (Fonte:PL)