Foto: MisionesOnline.
Lima, 14 de maio (RHC) Uma bancada parlamentar de oposição começou na terça-feira a coletar assinaturas para moção de impeachment da presidente peruana, Dina Boluarte, em meio a uma persistente crise política na qual a presidente tem o papel principal.
As deputadas Ruth Luque e Susel Paredes, do bloco progressista Juntos pelo Peru-Cambio Democrático, anunciaram a iniciativa, enquanto outro grupo de esquerda, o partido Peru Livre, está analisando a possibilidade de apresentar uma moção semelhante.
A moção anunciada, disse Luque, levanta duas acusações: obstrução da justiça nas investigações do Ministério Público sobre a posse não declarada de joias caras pela presidente e as investigações sobre seu irmão, Nicanor Boluarte, por possíveis crimes de usurpação de cargo e outras acusações.
Também aponta que a chefe de Estado carece de idoneidade e transparência, por não dar explicações para uma ausência de 12 dias do cargo, enquanto, de acordo com a denúncia, estava se recuperando de uma cirurgia estética.
A deputada Susel Paredes, por sua vez, falou que uma pesquisa preliminar entre seus colegas mostrou que muitos legisladores estão indignados com o comportamento de Boluarte.
Os legisladores de centro-direita, como Roberto Chiabra, Carlos Anderson e Edward Málaga, concordaram em deixar em aberto a possibilidade de apoiar o pedido de vacância, que, em primeira instância, deve ter o apoio de 26 membros do Congresso.
Uma vez cumprido esse requisito, o projeto de lei será debatido e colocado em votação na sessão plenária do Congresso para sua admissão, para a qual 52 dos 130 membros do parlamento devem apoiá-lo com seus votos, depois disso será realizado o debate substantivo.
A deputada Paredes destacou que esperava que a moção chegasse até a fase final, para que o presidente Boluarte se apresentasse para dar explicações ao país e à população, já que há mais de um mês não faz declarações à imprensa.