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Nações Unidas, 13 de junho (RHC) As forças armadas e de segurança israelenses foram incluídas hoje na chamada lista da vergonha das Nações Unidas por matar e mutilar crianças em conflitos, consideradas graves violações pela agência.
Ao lançar seu relatório Crianças e Conflitos Armados, a representante especial do Secretário-Geral sobre o tema, Virginia Gamba, assinalou as forças de Tel Aviv por matar e mutilar crianças, bem como por ataques a escolas e hospitais em Gaza e outras áreas ocupadas.
O relatório anual, que será apresentado em breve ao Conselho de Segurança, verificou 32.990 violações graves contra mais de 22.500 crianças em situações de preocupação em todo o mundo, no ano passado.
Dentre elas, o organismo reconhece o assassinato e a mutilação de crianças, seu recrutamento ou uso como soldados, violência sexual, sequestro, ataques a escolas e hospitais e negação de acesso humanitário.
De acordo com o documento, as violações graves dos direitos das crianças nos territórios palestinos ocupados aumentaram 155% em relação ao ano anterior, com mais de 8.000 incidentes relatados tanto em Israel quanto na Palestina.
O relatório identifica em um anexo os autores dessas violações, a chamada lista da vergonha, que inclui países como Sudão, República Democrática do Congo e Mianmar, e identifica as forças responsáveis.
Pela primeira vez, Israel aparece na lista do relatório, que documentou 2.267 assassinatos de crianças na Palestina, principalmente em Gaza, dos 5.301 registrados em todo o mundo.
Gamba, que ocupa o cargo desde 2017, disse aos repórteres que grande parte do aumento de graves violações contra crianças em conflitos se deve às guerras no Sudão, onde o aumento alcançou 480%.
"As crianças foram recrutadas e usadas nas linhas de frente, atacadas em suas próprias casas, sequestradas a caminho da escola", disse ela, pedindo mais conscientização e apoio para acabar com esse comportamento.
O documento também listou o grupo Hamas por ataques ao território israelense em 7 de outubro, juntamente com outros agentes armados na República Democrática do Congo, Mianmar, Somália, Nigéria e Sudão.
Cerca de metade das violações foram cometidas por grupos armados, incluindo aqueles designados como terroristas pela ONU, enquanto o restante foi perpetrado pelas próprias forças de segurança dos países e outros agentes não identificados, disse Gamba.
"Convoco a comunidade internacional a se comprometer com a proteção das crianças em situações de conflito armado e apelo aos Estados para que cumpram suas responsabilidades e garantam a segurança de suas populações", enfatizou. (Fonte: Prensa Latina).