Debate presidencial Harris-Trump
Washington, 11 de setembro (RHC) A vice-presidente dos EUA e candidata democrata Kamala Harris manteve seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, na defensiva durante o tão esperado debate televisionado antes das eleições de novembro.
O confronto direto, realizado na Filadélfia, Pensilvânia, em horário nobre, faltando 56 dias para as eleições no país, colocou os dois oponentes frente à frente pela primeira vez. Foi Harris quem avançou em direção a Trump para cumprimentar, estender a mão e se apresentar.
Foram direto ao ponto: a economia. Ambos se mostraram fortes, mas a democrata foi aos detalhes e talvez essa tenha sido a diferença, pois enquanto ela dizia que tem um plano para os norte-americanos, o republicano não conseguiu dar elementos do que fará.
"Os norte-americanos merecem mais do que isso", enfatizou a vice-presidente, referindo-se ao seu adversário, que, além disso, durante os 90 minutos do debate repetiu falsas alegações sobre fraude eleitoral e não se comprometeu se respeitará o resultado das eleições de 2024.
"Eu não tive nada a ver com isso", comentou Trump em outro momento, quando perguntado se tinha algum arrependimento em relação ao ataque ao Capitólio federal em 6 de janeiro de 2021.
No entanto, Harris lembrou que ela estava no Congresso porque era a vice-presidente eleita e senadora e "naquele dia o presidente (Trump) incitou uma turba".
Entendemos que o ex-presidente sofreu impeachment e foi processado politicamente por esse motivo, enfatizou Harris, insistindo que Trump "tem dificuldade em processar o fato de ter perdido" em 2020.
Sobre a questão do Oriente Médio, a candidata democrata reiterou sua posição de que Israel tem o direito de se defender, mas a guerra "tem que acabar imediatamente". Trump não definiu sua linha de pensamento a esse respeito.
Vigarista, mentiroso, foram alguns dos adjetivos de Harris para Trump, enquanto o ex-presidente chamou sua oponente de "fraca".
Houve um momento em que Harris lhe disse: "Você está concorrendo contra mim", ao alertar sobre as contínuas alusões ao presidente Joe Biden, que desistiu da disputa pela reeleição em 21 de julho.
"Claramente não sou Joe Biden e certamente não sou Donald Trump", enfatizou Harris. Às 21h, horário local do leste dos EUA, começou o confronto entre os candidatos dos dois únicos partidos que disputam a Casa Branca a cada quatro anos.
Esta oportunidade que os colocou frente a frente no que resta da campanha foi organizada pela ABC e ocorreu no Centro Nacional da Constituição, na Filadélfia.
Entre exageros e mentiras, Trump disse que Harris "é marxista" e que "os criminosos continuam a entrar (pela fronteira) e isso é ruim para nossa economia".
O ex-presidente repetiu absurdos, como o de que os imigrantes estão comendo cães e gatos em alguns estados ou que aqueles que entram ilegalmente estavam em hospitais psiquiátricos em seus países de origem.
Por sua vez, a vice-presidente Harris advertiu que "o que fizemos foi limpar a bagunça que Donald Trump nos deixou".
"Sou um livro aberto", disse Trump, que também se gabou de que "fizemos um trabalho excepcional".
De modo geral, no decorrer do debate, eles passaram da economia e dos impostos para a migração e os direitos reprodutivos, sendo este último um tópico que provocou faíscas entre os dois. Trump também sugeriu que a Terceira Guerra Mundial poderia acontecer.
E enquanto o debate - que terminou sem um aperto de mão - acontecia em um palco sem público, protestos contra a guerra de Israel em Gaza podiam ser ouvidos perto dos portões do local do evento.
Os participantes se alinharam sob slogans como "Exigimos Justiça”, carregando faixas e bandeiras, além de cartazes com os dizeres "embargo de armas já”.
Em termos de números, o ímpeto de Harris após substituir Biden em 21 de julho não resultou até agora em uma liderança dominante, que nas pesquisas permanece dentro das margens de erro.
Para alguns observadores, a disputa acirrada mostra uma lealdade persistente a Trump de sua base eleitoral, enquanto Harris tenta salvar uma eleição que os democratas pareciam condenados a perder antes que Biden desistisse de se candidatar para um segundo mandato. (Fonte: PL)