Havana, 15 de outubro (RHC).- Josefina Vidal, diretora dos EUA no ministério das Relações Exteriores de Cuba, reiterou que os laços bilaterais devem estar baseados no respeito à soberania e autodeterminação, e referiu-se à disposição presidencial anunciada ontem por Barack Obama em Washington.

“Na disposição há um reconhecimento a Cuba e a seu governo como interlocutor legítimo e igual, bem como aos benefícios que daria a ambos os países alcançar uma relação de convivência civilizada dentro das grandes diferenças que existem entre os dois governos”, falou a alta funcionária em coletiva de imprensa em Havana.

Disse que a independência, soberania e autodeterminação de Cuba devem continuar sendo princípios essenciais para desenvolver as relações com os EUA. Vidal advertiu que a disposição de Obama não oculta o propósito de promover mudanças na ordem econômica, política e social vigente em Cuba, nem a intenção de continuar levando adiante programas de ingerência que respondem aos interesses do governo norte-americano.

Quanto às medidas reveladas pelos departamentos do Tesouro e de Comércio dos EUA, que estarão vigentes a partir da segunda-feira, apontou que não significam a suspensão do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto desde o começo dos anos 60.

“São positivas, mas têm um caráter muito limitado”, destacou a alta funcionária da chancelaria cubana. Indicou que a maioria está encaminhada a ampliar operações que já tinham sido aprovadas anteriormente e devem ser estudadas daqui em diante do ponto de vista técnico e legal para ter uma ideia do seu alcance real.

“Em geral, apreciamos que as novas medidas beneficiam mais os EUA do que a Cuba, e mais do que ao povo cubano. A realidade é que o bloqueio ainda está aí, é algo com o que teremos de continuar convivendo e que deverá mudar um dia”, apontou Josefina Vidal.