Havana, 25 de outubro (RHC).- O embaixador de Cuba nos EUA, José Ramón Cabañas, reiterou que o bloqueio econômico, comercial e financeiro vigente desde o começo dos anos 60 é o principal obstáculo para a normalização das relações bilaterais.
Em entrevista no programa “La tarde se mueve”, em Miami, Cabañas lembrou que amanhã será apresentada e votada na Assembleia Geral da ONU uma resolução que exige o fim dessa política hostil norte-americana. Também falou na Base Naval de Guantánamo, que ocupa ilegalmente uma fatia do território cubano, e nas transmissões das emissoras Rádio e TV Martí contra Cuba a partir da Flórida.
O diplomata destacou que a mais recente disposição presidencial anunciada por Barack Obama inclui questões que representam uma ingerência nos assuntos internos de Cuba e atentam contra sua soberania.
Em Havana, Mayda Mauri, diretora de política comercial, negócios e colaboração internacional da companhia BioFarmaCuba, falou sobre os efeitos do bloqueio na indústria biofarmacêutica. Disse que esse setor no plano internacional é dominado pelas grandes multinacionais, principalmente norte-americanas. Isso dificulta a compra de insumos e equipamentos para essa indústria em Cuba por causa das restrições dessa política mantida por Washington.
“Em muitas ocasiões tivemos limitações para empreender certos projetos de pesquisa e desenvolvimento, e algumas produções, por não termos acesso a produtos de origem norte-americana”, indicou Mauri. Destacou que graças à preparação e alto nível dos cientistas e outros profissionais cubanos tem sido possível encontrar soluções e alternativas, inclusive criando novas patentes próprias.
Várias personalidades exigiram dos EUA o fim do bloqueio a Cuba. O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, e Federico Mayor, ex-diretor geral da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, estão entre os signatários de uma carta enviada ao presidente dos EUA em favor da erradicação dessa medida unilateral.
O texto aponta que Obama deveria pôr fim ao bloqueio para que o continente americano se torne um território de paz, fraternidade e livre de guerras.