Havana, 30 de novembro (RHC).- Ao falar no ato solene de ontem à noite na Praça da Revolução de Havana em homenagem ao falecido líder Fidel Castro, o presidente cubano Raúl Castro afirmou: “Te dizemos junto ao nosso abnegado, combativo e heroico povo, Até a vitória sempre!”.
Na ocasião falaram chefes de Estado e de governo, e altos representantes de vários países, entre eles o Equador, Venezuela, Bolívia, China, México e Rússia.
“Desejo manifestar agora, em nome do nosso povo, partido e governo, bem como da família, a sincera gratidão por sua presença neste ato, pelas emocionantes palavras que se expressaram aqui e também pelas extraordinárias e inúmeras mostras de solidariedade, afeto e respeito recebidas de todo o planeta nesta hora de dor e compromisso”, começou dizendo Raúl.
“Fidel consagrou toda sua vida à solidariedade e encabeçou uma revolução socialista dos humildes e para os humildes, que se tornou símbolo da luta anticolonialista, anti-apartheid e anti-imperialista, pela emancipação e a dignidade dos povos”, apontou.
O chefe de Estado cubano lembrou que a esplanada foi cenário de muitos comícios importantes onde Fidel fez seus discursos perante o povo, e mencionou a votação simbólica da Primeira e Segunda Declaração de Havana, em 1960 e 62 respectivamente, e a concentração camponesa de 26 de julho de 1959 de apoio à Reforma Agrária.
Sublinhou que estava junto a Fidel no prédio do ministério das Forças Armadas Revolucionárias, ao lado da Praça da Revolução, quando ocorreu o atentado terrorista no navio mercante francês “La Coubre”, ancorado no porto desta capital, que tinha trazido a bordo armas compradas por Cuba na Europa. Ao escutar a explosão, ambos saíram rumo ao cais, e estando lá ocorreu ocorreu a segunda, que ocasionou mais de 100 mortos.
“Aqui, com ele, declarou-se Cuba Território Livre de Analfabetismo em dezembro de 1961 ao concluir a campanha de alfabetização protagonizada por mais de 250 mil professores e estudantes”, lembrou Raúl Castro. Nesse mesmo ano, veteranos da guerrilha e as nascentes milícias populares rechaçaram a invasão mercenária em Playa Girón, e combateram contra os bandos armados que, entre outros crimes, assassinaram 10 jovens alfabetizadores, sublinhou.
“Com profunda emoção aqui mesmo escutamos o Comandante em Chefe nesta praça, na velada solene de outubro de 1967 para prestar tributo ao inesquecível comandante Che Guevara, e voltamos 30 anos depois, durante a etapa mais dura do Período Especial, para comprometer-nos diante de seus restos a seguir seu exemplo imortal”, assinalou o presidente cubano.
Também, no obituário das 73 pessoas que morreram no atentado contra um avião civil cubano em 1976, entre elas a equipe juvenil cubana que tinha conquistado todas as medalhas de ouro no 4º Campeonato Centro-americano e do Caribe de esgrima. “Nessa ocasião, repetimos com ele que 'quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme'”, frisou Raúl Castro.
“Esta é a praça de importantes passeatas de Primeiro de Maio na capital, a de 1996 contra o bloqueio e a Lei Helms-Burton que ainda se mantêm, do enorme desfile de 1999 e da Tribuna Aberta da Juventude, os Estudantes e os Trabalhadores em 2000, onde Fidel expôs seu conceito de Revolução que, nestes dias, milhões de cubanos fazem seu com sua assinatura, num ato de vontade sagrado”, afirmou. “Este é o lugar onde viemos para respaldar os acordos dos nossos congressos do Partido Comunista de Cuba” e onde nestes dias o povo prestou tributo e jurou lealdade às ideias e obra do Comandante em Chefe da Revolução cubana, apontou.
E dirigindo-se ao falecido líder histórico da Revolução, Raúl expressou:
“Junto ao Monumento a José Martí, Herói Nacional e autor intelectual do ataque ao Quartel Moncada, onde nos reunimos ao longo de mais de meio século em momentos de extraordinária dor ou para honrar nossos mártires, proclamar nossos ideais, reverenciar nossos símbolos e consultar ao povo decisões transcendentais, justamente aqui, onde comemoramos nossas vitórias, te dizemos junto ao nosso abnegado, combativo e heroico povo: Até a vitória sempre!”, concluiu seu discurso o presidente cubano ontem à noite no ato solene na Praça da Revolução de Havana.