Havana, 13 de janeiro (RHC).- O governo de Cuba considerou passo importante no avanço das relações com os EUA o acordo encaminhado a garantir um fluxo migratório regular, seguro e ordenado entre os dois países.

Josefina Vidal, diretora dos EUA na chancelaria cubana, declarou aos jornalistas, em Havana, que o documento espelha a decisão de ambas as partes de normalizar as relações, baseadas nos princípios e propósitos da Carta da ONU, e a vontade política de fortalecer os laços bilaterais em temas de interesse mútuo.

“Nesse sentido, o acordo reconhece a necessidade de facilitar a migração regular em benefício dos dois países, a prevenção da migração irregular, impedir as saídas arriscadas que colocam em perigo a vida humana e lutar contra os atos violentos ligados a este fenômeno e delitos conexos, como a trata e o tráfico de pessoas”, afirmou Vidal.

Lembrou que ao longo de décadas o governo norte-americano utilizou as políticas migratórias como instrumento em suas campanhas contra Cuba, gerando crises nessa área, a perda de vidas humanas, sequestros de embarcações e aeronaves e delitos como o tráfico de pessoas e fraudes migratórias.

Na coletiva de imprensa, o vice-diretor geral dos EUA na chancelaria cubana, Gustavo Machín, sublinhou os dois aspectos mais significativos do documento. “O acordo assinado estabelece que os EUA eliminarão a política de 'pés secos - pés molhados' e o programa de parolee para profissionais médicos cubanos, e aplicarão aos cidadãos de Cuba o mesmo procedimento e normas migratórias que aos cidadãos de outros países”, indicou Machín.

Afirmou que a partir de agora, as autoridades norte-americanas devolverão todos os cidadãos cubanos que tratem de entrar ou permanecer em seu território de forma irregular, violando as leis, e garantirão a migração regular de um mínimo de 20.000 pessoas por ano.