Havana, 4 de outubro (RHC).- O ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, tachou de injustificável e de natureza política a decisão do Departamento norte-americano de Estado de expulsar 15 diplomatas da embaixada de Cuba em Washington.
Em coletiva de imprensa em Havana, Rodríguez externou o protesto enérgico do governo e denunciou a ação, inaceitável e sem fundamento, bem como o pretexto utilizado para justificá-la: afirmar que o governo cubano não adotou as medidas apropriadas para evitar os presumíveis ataques com armas sônicas.
Ontem, os EUA anunciaram que os diplomatas cubanos deveriam abandonar em uma semana o território desse país.
O chanceler cubano sublinhou que até agora não há evidências das causas nem da origem dos supostos problemas de saúde dos funcionários norte-americanos e seus familiares. Afirmou que Cuba cumpre com rigor e seriedade suas obrigações com a Convenção de Viena quanto à proteção da integridade dos diplomatas credenciados no país.
Rodríguez garantiu que o governo cubano jamais permitiu nem permitirá que o território do país seja usado para ações contra funcionários de embaixadas de outras nações, sem exceção, e reiterou a disposição de colaborar para esclarecer a situação. Pediu aos EUA uma cooperação mais eficiente.
Por sua vez, o senador norte-americano Patrick Leahy rechaçou a expulsão dos 15 diplomatas cubanos em Washington. Disse que antes de estabelecer retaliações contra outro país é preciso ter provas do seu envolvimento nos supostos ataques. Indicou que a medida é um castigo contra Cuba e lembrou que não há evidências do que ocorreu.
Nesse contexto, James Williams, presidente da coalizão Engage Cuba, disse que a decisão das autoridades norte-americanas é puramente política. Em termos semelhantes se expressou o presidente da Bolívia, Evo Morales, e outras personalidades e ativistas.