Havana, 1 de maio (RHC).- “Tem pessoas que renunciam a estar com suas famílias para cumprir o dever de atender os doentes, buscar uma cura e aliviar o sofrimento. Em nome dos que estão dedicando toda sua energia para salvar vidas, não é hora de baixar a guarda. Pelo contrário, é hora de fortalecer o enfrentamento”, afirmou o presidente Miguel Díaz-Canel na reunião diária para examinar a situação epidemiológica em Cuba e no mundo.
Disse que todos devem compreender o que está sendo feito e as circunstâncias atuais, em que o país está gastando até o que não tem para fechar os caminhos à pandemia em meio a uma situação econômico-financeira muito complexa. “Não vamos dar nem um passo atrás, não podemos recuar no rigor das medidas nem deixar espaços para que os indisciplinados voltem a empurrar a curva para cima porque isso seria um crime contra nós mesmos, contra nossa sociedade”, apontou o mandatário.
Díaz-Canel se referiu aos bons resultados das medidas adotadas até o momento, principalmente o isolamento social, para conter a transmissão do coronavírus. “Agora estamos trabalhando numa batalha contra a morte, porque isto é uma batalha pela vida de todos os cubanos. Para nós, para Cuba, cada pessoa que morre não é um número”, afirmou.
Referiu-se a necessidade de centrar os esforços na detecção e isolamento dos focos da doença, no diagnóstico e atendimento precoce aos doentes, no rigor da vigilância epidemiológica e no uso das tecnologias da informação e comunicação para elevar a eficiência nessa tarefa. E ressaltou que nos últimos dias em Cuba foram dadas mais altas hospitalares do que o número de casos diários. “Devemos insistir cada vez mais no distanciamento social, no distanciamento físico”, apontou o chefe de Estado cubano.
Ontem, Díaz-Canel também participou da reunião semanal com o grupo de cientistas e especialistas do sistema de Saúde Pública que estão contribuindo com seus conhecimentos e experiências no enfrentamento à pandemia. Destacou os avanços nos modelos de prognóstico e acompanhamento da situação epidemiológica no país, que contribuem a evitar um eventual colapso nos serviços médicos. Também, os resultados dos ensaios clínicos para melhorar o tratamento e manejo dos contagiados.
No encontro, o decano da faculdade de Matemática e Computação da Universidade de Havana, Raúl Ginovar, ressaltou que os dados dos últimos dias mostram que o comportamento da pandemia em Cuba se mantém no cenário mais favorável das prováveis curvas de incidência, porém, sublinhou que é preciso continuar trabalhando duro para reduzir o número de contagiados no mês de maio.
Ginovar indicou que no resultado influíram as medidas tomadas pelo governo para conter a transmissão, entre elas o fechamento das escolas e das fronteiras do país, e a suspensão do transporte público, incluso o intermunicipal e interprovincial. Também, a pesquisa casa por casa para identificar possíveis doentes da Covid-19 e isolar seus contatos.
Nesta sexta-feira, o doutor Francisco Durán, diretor nacional de Epidemiologia do ministério da Saúde Pública, informou que ontem foram diagnosticados 36 casos positivos da doença. O número total de contagiados é de 1.537. Deles há seis internados em estado crítico e quatro graves. Nas últimas 24 horas foram registrados três óbitos, para um total de 64. Dos 1.537 positivos da Covid-19, 714 já receberam alta hospitalar. Ontem foram 33 os que retornaram a suas casas.