Cuban President Miguel Diaz-Canel
Havana, 23 de setembro (RHC).- Em discurso online na Assembleia Geral da ONU, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, advertiu que as políticas arvoradas pelo governo dos EUA atentam contra o multilateralismo e ameaçam a paz e a segurança mundiais. Sublinhou que Washington viola o direito da humanidade de viver em paz, com justiça e liberdade, sobre a base da união das nações.
Díaz-Canel assinalou que quase dois trilhões de dólares são esbanjados numa corrida armamentista insensata, sustentada na política agressiva e guerrerista do imperialismo cujo máximo expoente é o governo norte-americano, responsável por 38% das despesas militares globais.
“Falamos de um regime marcadamente agressivo e moralmente corrupto, que despreza e ataca o multilateralismo e usa a chantagem financeira em sua relação com as agências do sistema das Nações Unidas”, apontou referindo-se à saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde, da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, e do Conselho de Direitos Humanos.
O mandatário cubano destacou que Washington se retirou também de tratados internacionais fundamentais, como o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e o pacto nuclear com o Irã, além de levar adiante guerras comerciais.
“Da mesma maneira, põe fim a seu compromisso com instrumentos internacionais de controle na esfera do desarmamento, militariza o ciberespaço, multiplica a coerção e as sanções unilaterais contra os que não se dobram a seus ditames, e patrocina a derrubada à força de governos soberanos através de métodos de guerra não convencional”, assinalou.
Em seu discurso na sessão online da Assembleia Geral da ONU, Díaz-Canel frisou que esse comportamento contraria os princípios de coexistência pacífica e o direito à autodeterminação como garantia da paz, manipulando os temas de democracia e direitos humanos.
“No seu próprio território proliferam praticamente sem controle as expressões de ódio, racismo, brutalidade policial e irregularidades no sistema eleitoral e no direito de seus cidadãos ao voto”, ressaltou.
Denunciou que não é possível sustentar por mais tempo uma ordem internacional desigual, injusta e antidemocrática, que antepõe o egoísmo à solidariedade, e os interesses mesquinhos de uma minoria poderosa às legítimas aspirações de milhões de pessoas.
E reiterou que nesse contexto é preciso impulsionar uma reforma na ONU que permita à entidade dar resposta às demandas e aspirações dos povos.