Amplo rechaço à inclusão de Cuba em lista unilateral dos EUA sobre terrorismo

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-01-15 08:50:23

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Havana, 13 de janeiro (RHC).- A inclusão de Cuba na lista unilateral elaborada pelos EUA de países que supostamente patrocinam o terrorismo gerou um amplo rechaço nesta Ilha e no mundo.

O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que a política de Washington é hipócrita e cruel, e está baseada na ameaça e na mentira. No Twitter, ressaltou que Cuba é uma nação pacífica que tem sido vítima do terrorismo dos EUA, e reiterou sua convicção do fracasso dessa política hostil.

Noutra mensagem, Díaz-Canel afirmou que essa foi uma das últimas decisões tomadas por “uma fracassada e corrupta administração comprometida com a máfia cubano miamense”. “A desprestigiada administração de Trump faz tudo o possível para dificultar e evitar uma melhoria das relações durante a presidência de Biden”, postou no Twitter. E denunciou que o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Washington a Cuba, vigente há quase 60 anos, é um exemplo de terrorismo de Estado.

Ao se referir à rejeição internacional à medida anunciada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, Díaz-Canel sublinhou que o “mundo condena a hipócrita e cínica qualificação”.

Por sua vez, a Comissão de Relações Internacionais do parlamento cubano condenou o fato. “Não só carecem de autoridade ou mandato internacional, e muito menos moral para fazê-lo, quando realmente são eles os que promovem, patrocinam e financiam o terrorismo, e ao mesmo tempo protegem seus agentes e verdadeiros assassinos que, depois de seus crimes, passeiam livremente pelo território estadunidense”, aponta o comunicado. E recorda o caso de Luis Posada Carriles e Orlando Bosch, terroristas confessos, que em 1976 conceberam o atentado a bomba que derrubou um avião civil cubano com 73 pessoas a bordo perto do litoral de Barbados.

Em termos semelhantes se expressou Carlos Fernández de Cossío, diretor geral dos EUA no ministério das Relações Exteriores. Ele denunciou a tolerância e apoio das autoridades norte-americanas a indivíduos e organizações que radicam nesse país e executam atos terroristas contra esta Ilha. “Cuba não é um Estado patrocinador do terrorismo”, sublinhou. E denunciou que a medida adotada pela administração saliente mostra o “oportunismo político daqueles funcionários que se sentem em dívida por ocasião das recentes eleições, ou estão antecipando favores com vistas às eleições de 2024”.

Na ONU, o representante permanente de Cuba, Pedro Luis Pedroso, reiterou a condenação a todo tipo de ato, método ou prática terrorista. Falando no Conselho de Segurança no debate sobre as ameaças à paz e à segurança internacional que representa esse flagelo, o diplomata explicou que essa postura foi estabelecida na Constituição cubana, sendo um dos princípios de sua política exterior.

Ontem, vários senadores do partido Democrata externaram seu desacordo com a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo. “Nos últimos dias da administração, os esforços para politizar decisões importantes relacionadas com a nossa segurança nacional são inaceitáveis e ameaçam com prejudicar futuros esforços diplomáticos ligados a Cuba”, aponta o documento assinado por Amy Klobuchar, Tina Smith, Patrick Leahy, Ron Wyden e Jeff Merkley, além de Chris Van Hollen, Jack Reed, Sherrod Brown e Martin Heinrich. A carta foi enviada ao atual secretário de Estado, Mike Pompeo.

Sobre o assunto, o Conselho Mundial da Paz afirmou que se trata de uma postura “cínica e hipócrita”, encaminhada a tentar justificar novas medidas coercitivas contra esta Ilha, que há mais de 60 anos defende sua soberania e autodeterminação. E frisou que Cuba é uma “fonte de inspiração para os povos pobres e oprimidos do mundo”.

Nesse contexto, Sacha Lorenti, secretário executivo da ALBA – Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, disse que a nova sanção de Washington viola a Carta da ONU e o direito internacional, além de ser uma afronta aos povos do mundo. “Se existisse uma lista dos países que patrocinam a solidariedade e a vida, no primeiro lugar estaria Cuba”, afirmou.



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